Apesar da moldura humana nunca vista nas bancadas do Estádio do Dragão, Francisco Neto garante que não foi isso que mudou a forma como a Seleção Nacional se comportou e apresentou diante da Rep. Checa, numa partida que terminou empatada a um golo.

"Antes do jogo senti que estavam todas normais, até demasiado normal para o que se esperava atendendo a que iam estar mais de 40 mil pessoas nas bancadas. Ouvi as mesmas músicas, vi as mesmas brincadeiras no balneário e o dia decorreu de forma natural. Portugal também tem jogadoras com experiência e acredito que conseguiram não passar para fora alguma ansiedade inerente ao momento.

Sobre o jogo, a estratégia foi cumprida. Pressionámos alto o adversário e fomos dominadores, que era o pretendido, mas faltou critério na abordagem ao último terço, se bem que é de ressalvar a maturidade do grupo, que não tremeu com o golo e mostrou-se sempre disponível para a reação. O regresso do intervalo foi muito forte, pena foi não ter havido mais discernimento na finalização.

Conseguimos identificar como sair da pressão, mas faltou o pormenor de como chegamos à área e quando sai o cruzamento e onde temos de nos posicionar. Faltou o critério, mas mesmo assim não nos podemos esquecer da bola à trave e da diagonal da Joana Machão. Se termos marcado primeiro tudo seria diferente, mas é verdade que temos de melhorar a abordagem no último terço, porque os espaços e as ocasiões apareceram, só que as posições nem sempre foram bem ocupadas e a este nível, atendendo às situações que construímos, temos de fazer golos.

Agora é preparar as jogadoras preparadas para vários cenários, mas acredito que a Rep. Checa será mais audaz no jogo da 2ª mão. A acontecer esta ideia teremos mais espaços, que faltaram nesta partida, e temos de estar preparados para os explorar."