"Acho que sou um dos candidatos para discutir a corrida. Claramente há corredores que são mais fortes ou aparentam estar mais fortes. A parte mais difícil está feita, que é o treino. Agora, é focar na corrida e controlar o que podemos controlar", começou por dizer o ciclista português da UAE Emirates, em conferência de imprensa, no Museu de Portimão.

Dorsal número '1' da edição que vai estar na estrada entre quarta-feira e domingo, o melhor voltista português da atualidade rejeitou sentir "pressão extra" por estar a competir em 'casa', garantindo encarar a Volta ao Algarve com "a responsabilidade normal de cada corrida", que passa por dar o seu melhor.

"Já comecei a minha temporada, já não é a primeira corrida. Então, sendo a corrida de casa, do meu país, claramente venho com grandes ambições", reforçou.

Segundo classificado da Volta à Comunidade Valenciana, prova na qual começou a época, João Almeida reconheceu que a inédita presença de Jonas Vingegaard, o dinamarquês da Visma-Lease a Bike que venceu a Volta a França em 2022 e 2023, vai tornar a 51.ª 'Algarvia' "um bocadinho mais dura".

"Mas é bom, eleva a corrida ainda mais. É um corredor que é um bom termo de comparação", avaliou.

Além de Vingegaard, o quarto classificado do Tour2024 também vai estar de olho em Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), o tetracampeão da Vuelta com quem partilhou pódio no Giro2023 -- o esloveno ganhou e o português foi terceiro -- e que, inicialmente, estava previsto na conferência de imprensa de hoje, mas não compareceu.

"Apesar de ser a primeira corrida deles, são corredores que já todos conhecem, não é nenhuma novidade. Onde vão, discutem as corridas. É para eles que também vamos estar um bocadinho a olhar nessas etapas [difíceis] e estar mais atentos", pontuou.

O corredor de 26 anos enalteceu a qualidade da 'startlist' da Volta ao Algarve, apontando como exemplo os dois ciclistas - Julian Alaphilippe e Filippo Ganna -- que partilharam protagonismo consigo na conferência de imprensa de hoje, e considerando que "é sempre uma das mais fortes" do calendário.

"É uma corrida bastante dura, que dá para ver como está a forma. Não só eu, mas todos os corredores [sentem o mesmo]. Até acho que os corredores de clássicas gostam de vir ao Algarve, para ver como se sentem, e serve como preparação para essas corridas", destacou, lembrando que a 'Algarvia' acontece "numa altura muito boa para treinar, para preparar o resto da época".

Esta edição apresenta algumas inovações no traçado, nomeadamente uma 'cronoescalada' na última etapa, com chegada ao alto do Malhão, apreciada pelo ciclista nacional, que estima que este novo percurso o pode favorecer, mas também a outros voltistas.

"No final, vai ganhar o mais forte de qualquer das maneiras. É uma boa forma de fazer as coisas um bocadinho diferentes e de mudar o percurso de uma forma positiva. Acho que dá aqui uma lufada de ar fresco à corrida e é um desafio diferente. É muito bom. Pessoalmente, gosto", admitiu.

Almeida falou ainda das suas memórias da Volta ao Algarve, na qual alinhará pela terceira vez, indicando a primeira, na qual ajudou o seu antigo companheiro e campeão em título da prova Remco Evenepoel -- está ausente devido a uma queda - a chegar à primeira de três vitórias, como a mais especial.

"É sempre especial a corrida do nosso país, é sempre um gosto correr em Portugal, e ser alvo do apoio das pessoas", rematou.

A 51.ª Volta ao Algarve arranca na quarta-feira, em Portimão, e termina no domingo, com uma 'cronoescalada' com final no Malhão.

AMG // AJO

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