Foi um dos assuntos mais badalados da semana desportiva em Portugal e Martin Anselmi acabou por ser questionado sobre os processos disciplinares que recaíram sobre vários atletas do plantel portistas. O treinador argentino, ao longo de uma extensa reflexão, demonstrou estar concordar com a decisão.

«Gostava de fazer uma reflexão sobre o tema. É algo que era inevitável falarmos aqui. Este tipo de episódios faz refletir quem é líder, pelo menos no meu caso», começou por dizer, em conferência de antevisão à partida com o Estrela da Amadora.

Sobre o cumprimento das regras, Anselmi foi bastante claro: «O FC Porto, como qualquer instituição, tem um regulamento. Não se cumpriu esse regulamento. Num jogo de futebol marca-se uma falta, neste caso aplicaram-se as multas, correspondentes aos diferentes níveis de falhas dos jogadores. As regras são para isso e parece-me bem.»

«No meu pensamento, o regulamento tem de ser visto como uma obrigação. Responsabilidades. Hoje tivemos sessão de vídeo pelas 10h30 e os jogadores sabem que têm de estar a essa hora. Mas não há regulamento que me garanta que o jogador vai estar concentrado durante a sessão ou com a cabeça em outro lado. Os regulamentos não medem compromisso», continuou.

O argentino prosseguiu com a reflexão e referiu o privilégio que é trabalhar no futebol: «O compromisso não é com Martín Anselmi, mas com o FC Porto, a tarefa, a profissão. O privilégio que tens e o compromisso com os companheiros. O FC Porto que queremos construir não aceita faltas de compromisso.»

«A equipa está sempre acima de todas as coisas, a equipa é o jogador mais importante. Fazer parte de uma equipa leva-te a fazer coisas que não gostas pelo bem coletivo. Também leva ao contrário e deixas de fazer algumas coisas que gostas. Este tipo de episódios concentra o foco da tua equipa em tudo, menos o adversário do fim de semana. Isto tipo de coisas prejudica», referiu.

Por fim, Martin Anselmi apelou à aprendizagem com este tipo de erros: «A mim não me serve nada o dinheiro dos jogadores, mas sim o compromisso. Todos necessitamos disso no FC Porto, incluindo os adeptos. Podemos falar de castigos e confiança, que é naturalmente baixa neste tipo de situações. Que sirva para aprender, entender e melhorar.»