O mundo da Fórmula 1 está em alvoroço com rumores sobre as manobras de ‘mini-DRS’ que estão a ressurgir no próximo Grande Prémio da Austrália, levando a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a intensificar as medidas de vigilância para manter a integridade do desporto. Este anúncio segue uma série de atividades suspeitas observadas durante os recentes testes de pré-temporada no Bahrain, acendendo preocupações sobre a possível exploração da aeroelasticidade por parte das equipas.

No centro das atenções estava a Mercedes, cujo asa traseira parecia exibir uma flexibilidade incomum em rectas, conforme capturado por câmaras de filmagem viradas para trás. Outras equipas levantaram sobrancelhas, uma vez que as fendas de slot nos seus veículos pareciam estar a expandir-se numa imitação estranha das notórias táticas de mini-DRS.

O Diretor Técnico da Red Bull, Pierre Wache, alimentou ainda mais a controvérsia, afirmando que, apesar dos esforços da FIA para reprimir tais práticas, algumas equipas, nomeadamente a Ferrari e a McLaren, ainda pareciam estar a experimentar estas técnicas controversas. “Ainda está a acontecer,” notou Wache com preocupação.

Outras equipas relataram ter observado a aplicação incomum de tinta flo-vis em algumas asas traseiras, sugerindo um comportamento de flexão não convencional a altas velocidades. Estas observações levaram a FIA a aumentar a sua vigilância para garantir que as equipas não estão a contorcer as regras em seu benefício.

Como foi divulgado pela primeira vez pelo site italiano Autoracer.it, a FIA decidiu intensificar a sua investigação sobre o comportamento das asas traseiras desde o início da temporada na Austrália. Uma diretiva técnica do diretor de monolugares da FIA, Nikolas Tombazis, solicitou às equipas que equipassem os seus veículos com caixas de câmaras da FIA para facilitar uma monitorização mais eficaz.

Estas câmaras de alta resolução irão capturar imagens detalhadas das asas traseiras a altas velocidades, ajudando a FIA a compreender quaisquer anomalias quando os carros estão na pista. Este método de usar câmaras adicionais para monitorizar a flexão espelha a abordagem adotada desde o Grande Prémio da Bélgica do ano passado, onde a FIA começou a monitorizar o comportamento das asas dianteiras.

A FIA já iniciou medidas para evitar que as equipas explorem a elasticidade aerodinâmica este ano, alterando os regulamentos para as asas dianteiras e traseiras. Testes mais rigorosos para as asas dianteiras serão implementados a partir do Grande Prémio de Espanha, enquanto o recente foco no comportamento das asas traseiras pode levar a ações adicionais se forem detetadas irregularidades.

Isto pode resultar em equipas individuais a serem advertidas sobre a flexão excessiva das asas ou na implementação de procedimentos de teste mais rigorosos.

A tática de abrir a fenda da asa traseira para diminuir o arrasto ganhou força no ano passado, quando a McLaren pioneirou o seu mini-DRS. No entanto, após a vitória de Oscar Piastri no Grande Prémio do Azerbaijão ter sido atribuída a esta técnica, a McLaren enfrentou uma reação adversa das equipas rivais e teve de modificar o seu design de asa para as corridas subsequentes.

Na tentativa de evitar a repetição de tais táticas este ano, a FIA alterou os regulamentos para a temporada atual. As alterações incluem a redução da largura da fenda de um mínimo de 10-15mm para 9.4-13mm, enquanto o limite superior permanece em 85mm quando o DRS está aberto. Notavelmente, uma nova regra esclarece que a posição da carroçaria do DRS pode estar apenas no estado aberto ou fechado e não pode flexionar para posições intermédias.

Além disso, novas alterações foram implementadas para obrigar as equipas a reforçar o plano principal da asa traseira. Isto assegura que o desporto permaneça justo e competitivo, enquanto preserva a emoção que mantém os fãs na expectativa. Com as tensões a aumentarem, o Grande Prémio da Austrália promete ser um evento emocionante.