Aos 32 anos, César Dutra está a viver uma segunda vida no clube axadrezado. Após ter sido contratado em setembro passado, na sequência das graves lesões sofridas pelo titular João Gonçalves e pelo suplente Luís Pires durante um treino, o guarda-redes brasileiro tornou-se uma peça-chave na campanha da equipa. O seu desempenho foi particularmente notável no jogo contra o Nacional, onde foi eleito o melhor em campo por A BOLA.

Embora tenha chegado mais tarde à competição e participado em apenas seis jogos da Liga, César já ocupa o 17.º lugar no ranking de guarda-redes com mais intervenções, somando 20 defesas. Este feito coloca-o muito próximo de Bruno Varela, do V. Guimarães, que contabiliza 21 defesas, numa lista liderada por Mantl, do Arouca, e Ricardo Velho, do Farense, ambos com 39 intervenções.

No final da partida na Choupana, César, formado no Flamengo e com três internacionalizações olímpicas pelo Brasil, partilhou emocionado a sua história de superação. Em duas épocas no Boavista, disputou apenas seis jogos e enfrentou uma grave lesão – uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, em agosto de 2023. «Há toda uma história por detrás…», revelou à Sport TV. «Foi muito tempo de recuperação e momentos difíceis, mas tive pessoas do meu lado a ajudar-me, tinha que ter essas pessoas», destacou, referindo-se ao papel crucial da sua família.

Após esse período de adversidades e sem clube, mas ainda a residir no Porto, César foi novamente integrado pelo Boavista, e renovou contrato por mais duas temporadas. O infortúnio clínico de João Gonçalves e Luís Pires acabou por abrir uma porta para que César pudesse finalmente mostrar o seu valor e acertar contas com o passado. Hoje, é indiscutivelmente uma mais-valia numa equipa que combina juventude com a experiência, mantendo o Boavista competitivo e vivo na Liga. Um exemplo de resiliência e dedicação.