«Um Europeu encara-se sempre da mesma maneira, com uma preparação rigorosa e bem planeada. Foi isso que, juntamente com o meu treinador [João Neto] e a Seleção, procurámos nestas últimas semanas», referiu Catarina Costa (-48 kg) a A BOLA sobre a participação no Campeonato da Europa de Podgorica, que hoje começa na capital de Montenegro, e para o qual Portugal conta com uma equipa de nove judocas. Evento no qual Catarina, de 28 anos, registou três pódios nas últimas três edições.

Para a atleta da Académica de Coimbra, que hoje estará em ação no Mtel Hall Moraca juntamente com Raquel Brito (-52 kg) e Miguel Gago (-66 kg), será a luta pela quarta medalha em Euros após ter sido prata em Sófia 2022 e Montpellier 2023, e bronze em Zagreb 2023.

Registo que supera, em quantidade, o palmarés do seu treinador na Académica de Coimbra no torneio, só que com a diferença de Neto ter sido campeão Europeu em Lisboa 2008.

«Penso que a preparação correu bastante bem e encaro este campeonato como o palco onde vou poder mostrar esse trabalho que tem sido feito, combate a combate, focada até ao fim e a aproveitar o ambiente que se vai sentir em Podgorica», acrescentou ainda a duas vezes olímpica.

E em que aspectos tem tido atenção para evoluir desde o início de temporada? «Temos procurado coisas novas, algumas técnicas diferentes, aprimorar o newaza [luta no chão], ter um kumikata [técnicas de pegas] mais preciso… Mas, acima de tudo, conseguir treinar com qualidade e sem lesões, priorizando o descanso e a recuperação».

«Infelizmente, na última época, durante a preparação para os Jogos, tive várias lesões e não podia parar de treinar porque era uma corrida contra o tempo, tinha que ser feito, não havia outra alternativa. Mas agora podemos preparar tudo com mais calma e isso faz toda a diferença», revela Catarina, atualmente 9.ª do ranking mundial, mas que esta época ainda não conseguiu chegar à luta pelas medalhas nos dois grand slams que participou depois de, em 2024, ter fechado a temporada a uma vitória do pódio no Grand Slam de Tóquio.

E achou que estava a faltar alguma coisa desde o início da temporada? «Regressei dos Jogos de Paris e tive, finalmente, tempo para recuperar das lesões e voltar a ter prazer tanto a treinar como a competir», conta.

«Fiz várias competições nacionais e experienciei poder estar a competir sem pressão. A partir daí recomecei a preparar as provas internacionais. Acho que estava preparada e em boa forma, mas os sorteios deste ano foram algo desfavoráveis», concluiu Catarina que, em Outubro, antes de ter ido ao Japão, ganhou ritmo competitivo no Open Europeu de Portimão (3.ª).

Na Seleção, além de Bárbara Timo (-70 kg), que já foi bronze nos Euro em Lisboa 2021, precisamente na categoria a que regressou para este ciclo olímpico, no sempre candidato Jorge Fonseca (-100 kg), bronze em Praga 2020, e da prometedora e olímpica Taís Pina (-70 kg), bronze o Euro sub-23 Potsdam 2023, há, no entanto, que dar particular atenção a Patrícia Sampaio.

Depois de ter conquistado a medalha de bronze nos Jogos de Paris, a judoca do Gualdim Pais não tem parado de brilhar no Circuito Mundial, subindo ao pódio em todos os três grand slams que disputou: 3.ª em Tóquio, 1.ª em Paris e 3.ª Tbilisi. Agora, após ter sido bronze no Euro Montpellier 2023 e de ter ficado em 5.ª em Zagreb 2024, o grande objetivo é chegar ao ouro que também ganhou como júnior, duas vezes; e sub-23.