Para haver golos, tinahm de existir oportunidades. Nem isso. Na tarde deste sábado, no António Coimbra da Mota, Estoril e AFS anularam-se (0-0) e rubricaram um dos duelos menos inspirados da Liga Portugal Betclic. Nós sabemos, o título teria outro encanto se Raúl Parra ainda estivesse no Estoril.
Prometer e ficar aquém...
O Estoril começou a partida dando continuidade à boa imagem deixada no último jogo caseiro - vitória convincente sobre o FC Arouca (4-1). Os homens de Cathro voltaram a querer ter mais bola e trataram-na bem: meio caminho andado para disporem das ocasiões iniciais.
Pelos cinco minutos, Fabrício Garcia isolou-se pela esquerda e, já na grande área, desequilibrou-se após ser tocado nas costas - lance de VAR, eventualmente, mas desvalorizado por Gonçalo Neves. Um par de minutos depois, noutro belo envolvimento ofensivo, o Estoril voltou a chegar com facilidade à frente. Tanta facilidade que Alejandro Marqués ficou sem saber se, na cara do golo, dominava ou rematava: acabou por dominar mal e simular uma grande penalidade - o amarelo ficou no bolso.
Após a saída por lesão de Cristian Devenish, o ascendente caseiro continuou, mas com menos ímpeto e, aos poucos, o AFS reconfortou-se na partida. A dupla oportunidade de Rodrigo Ribeiro e o par de cantos a rondar com perigo a baliza de Joel Robles foram um claro sinal de que a balança estava a equilibrar.
Sem fazer prever, este equilibrar tirou interesse à partida. A qualidade apresentada diminuiu e, na prática, as oportunidades esfumaram-se - o AFS até marcou e Rodrigo Ribeiro contou com boas oportunidades, mas foi apanhado em fora de jogo por três ocasiões, ou seja, nada contou.
Antes do regresso aos balneários, nota apenas para o momento delicado que teve Kiki Afonso como protagonista. Depois de um choque, o defesa perdeu os sentidos e foi obrigado a sair de maca, debaixo de uma ovação do António Coimbra da Mota.
Confirmar a desinspiração
No recomeço, mais do mesmo. Aliás, se calhar, pior. Foram 15 minutos de total apatia, criadores de eventuais bocejos. Um quarto de hora para esquecer, onde qualquer melhoria seria motivo de festejo. Por isso, os dois cortes a impedirem remates de boa posição foram celebrados com entusiasmo. O público estava sedento de alguma agitação, por muito pouca que fosse.
Com o passar do tempo, o Estoril foi assumindo a batuta do jogo - sem grande autoridade. O jogo continuou demasiado morno, mas um livre cobrado exemplarmente por Jordan Holsgrove deu cor à tarde demasiado cinzenta - Guillermo Ochoa voou e agarrou com confiança no melhor momento da (pobre) segunda parte.
Até ao final, o AFS ainda marcou, mas o lance foi prontamente anulado por posição irregular de um jogador que interferiu na jogada.
Um 0-0 que não vai deixar saudades. As duas equipas continuam com os mesmo pontos - dez - e empatadas na tabela classificativa.