A intenção não passava por menos do que a vitória, mas acabou por não ser concretizada. Na receção ao Casa Pia para o adeus competitivo a 2024, o SC Braga provou uma passa estragada e sofreu uma derrota (1-2) que pode colocar em risco a permanência no quarto lugar mediante o resultado do Santa Clara. Já o conjunto de Pina Manique somou a terceira vitória consecutiva e vai para a passagem de ano no conforto do meio da tabela.
Numa Pedreira vestida de gala para a despedida de 2024 dos Gverreiros do Minho, alterações apenas na equipa de Carlos Carvalhal. Robson Bambu entrou para o lugar do lesionado Paulo Oliveira, ao passo que João Moutinho rendeu Vítor Carvalho e compôs a dupla de miolo juntamente com Rodrigo Zalazar.
Com o intuito de se despedir do presente ano civil com chave de ouro e no quarto lugar de forma segura, a formação arsenalista controlou, como seria de prever, as operações. No entanto, tal controlo não simbolizou necessariamente perigo e, durante quase meia hora, a trama viveu de alguma monotonia.
Com muita mais posse e perante uma formação de Pina Manique inteiramente recolhida no seu último terço, os minhotos mostraram-se algo estáticos na hora de desmontar espaço. Fruto disso mesmo, o perigo foi uma miragem sendo que, apenas perto da meia hora, Niakaté foi capaz de empolgar os aficionados braguistas.
Encolhido até então, o Casa Pia deu o ar da sua graça, subiu ligeiramente as linhas e chegou, por fim, à área arsenalista. Um sinal tímido do arrepio na espinha que os da casa sentiriam - pelo meio, Niakaté voltou a assustar - logo a seguir com a emenda perfeita de Telasco Segovia ao cruzamento de Larrazabal. Robson Bambu chegou tarde e o internacional venezuelano foi letal a despertar a ânsia minhota.
Reagir a tempo antes da recaída
Um sintoma que Andrian Kraev e Cassiano estiveram perto de adensar - bela defesa de Matheus -, mas que acabou por resultar na chegada ao antídoto em cima do intervalo. Roger serviu um canto de forma tensa para a área e El Ouazzani colocou termo à seca de golos que perdurava há nove jogos. Tudo em aberto para a segunda parte!
No reatar dos acontecimentos, Carlos Carvalhal procurou outra projeção pela ala esquerda com a entrada de Gabri Martínez e as melhorias foram notórias, ainda que não exclusivamente pelo ajuste feito. Pressionante como nunca, o SC Braga limitou a bom nível a capacidade de transição defesa-ataque aos visitantes e mostrou outra capacidade para se infiltrar em zonas de iinteresse.
No entanto e num abrir e fechar de olhos, os pupilos de João Pereira voltaram a nivelar ao seu interesse os acontecimentos, precipitando algumas decisões menos lógicas de alguns jogadores arsenalistas no processo de construção. A jogar com o relógio, o Casa Pia fazia reinar cada vez mais a impaciência nas bancadas e, com isso, o jogo perdeu momentaneamente algum entusiasmo.
À procura de inverter esse rumo, Ricardo Horta colocou Sequeira Patrick Sequeira à prova - no lance mais perigoso da etapa até então -, só que, mais uma vez, a transição defensiva voltou a tramar os Gverreiros. Disparado que nem uma flecha sobre a direita, André Geraldes encontrou Nuno Moreira com todo o espaço do mundo à entrada da área e este disparou direto ao ângulo. Sem chance de defesa para Matheus.
Até ao fim e sem uma reação cabal - Gabri Martínez teve nos pés a melhor situação de perigo -, os minhotos foram à procura de evitar a desilusão que se começava a refletir nas bancadas. Esse desejo não se concretizou e a passa de final de ano foi mesmo envenenada...