O Farense voltou a perder - sexta derrota em seis jogos possíveis - e vive um autêntico pesadelo neste arranque de temporada. Na receção ao Arouca (0-1), a equipa visitante - sem realizar uma exibição brilhante - explorou bem os erros algarvios e regressou às vitórias, após a derrota contra o Sporting.

Vida muito complicada para José Mota que não conseguiu dar uma resposta cabal ao arranque tremido, sendo o lanterna vermelho do campeonato (zero pontos) e o pior ataque (dois golos marcados) e pior defesa da Liga (13 golos sofridos).

Alfonso Trezza - somou a segunda titularidade esta época -, sublinhe-se, marcou o único golo e foi o grande destaque do encontro.

Pressão

A palavra na ordem do dia em Faro. O Farense - a viver um momento conturbado neste arranque de temporada - entrou pressionado e a desesperar por pontos. A pressão - na tabela - entrou para dentro de campo e José Mota (bem mais audaz do que se viu no Dragão) entrou com vontade de marcar a diferença exatamente por aí: pressão alta.

Por outro lado, o Arouca - de Gonzalo García -, bem ao seu estilo, privilegiou uma posse mais conservadora, pausada e, até por vezes, algo arriscada na primeira fase de construção. O risco tornou-se algo negligente em determinadas situações - Darío Poveda, em especial, podia ter aproveitado melhor -, não obstante, já perto do final do primeiro tempo, este risco compensou.

Algo anárquicos a pressionar - muita vontade de chegar à bola, mas pouca organização - Sylla descobriu Güven Yalçin em posição favorável e o turco, após conduzir à vontade, soltou para Trezza no momento certo. Enquadrado com a baliza, o uruguaio disparou rasteiro, colocado e Velho - bem se esticou - não conseguiu impedir o golo.

Gestão e falta de criação

Segundo tempo distinto, mas muito parecido. O Arouca - mais confortável a jogar sem bola e sem problemas em recuar linhas - entrou em modo gestão e aproveitou a impotência ofensiva de Faro.

A equipa da casa, por sua vez, a necessitar do golo, acabou por acordar demasiado tarde. Depois de 30 minutos de muito equilíbrio - inclusive, as melhores ocasiões pertenceram à equipa visitante -, o conjunto orientado por José Mota acordou a 15 minutos do fim, mas insuficiente para dar a volta à situação.

Mehdi Merghem - com disparo forte de muito longe - foi quem esteve mais próximo da felicidade. O francês acertou na trave - Mantl nada podia fazer - aos 76', Rafael Barbosa permitiu uma boa defesa ao alemão aos 82' e, até final, nada mais.