«O turco seca tudo, é impressionante!» Esta frase que até há umas semanas provavelmente só cabia numa aborrecida publicidade a toalhas de banho, faz agora parte do quotidiano do Benfica.

Kerem Aktürkoglu é o turco em causa. É ele quem continua a absorver os aplausos da Luz com a finalização de alta-costura - oito golos em sete jogos! - e foi ele quem mostrou às águias o caminho para o regresso às vitórias, secando o Rio Ave com três golos logo na primeira parte. No fim, o marcador chegou até aos 5-0!

Ak-trick de feiticeiro

A maior novidade deste jogo, em relação à derrota com o Feyenoord (1-3) e aos restantes jogos da era Lage, foi a inclusão Jan-Niklas Beste onze em detrimento de Florentino. Sendo perfis tão distintos, isso forçou algumas mudanças no comportamento e posicionamento de outros jogadores. Vimos desde logo um Carreras com muito menos liberdade ofensiva, mas também, no outro lado da moeda, um turco mais soltinho que nunca...

A boa relação que Aktürkoglu com a baliza tem estado evidente desde que o ex-Galatasaray chegou a Lisboa, mas essa aproximação tinha sido feita sempre a partir da esquerda. Com Beste nessa posição, o novo feiticeiro da Luz instalou-se de forma quase permanente em terrenos interiores e foi assim que conseguiu fazer três golos nos primeiros 45 minutos. Um mágico «ak-trick»!

«Foram estes todos!» @Kapta+
Fez o primeiro aos 12 minutos, depois de agarrar uma bola solta e rodar sobre a oposição direta para encontrar espaço para um remate. Voltou a bater Cezary Miszta apenas quatro minutos depois, com um subtil desvio de cabeça em resposta a uma bola longa de Di María. O terceiro surgiu bem depois, aos 45+2, mas foi a melhor finalização: belíssimo remate em vólei, em mais um lance iniciado por Di María.

Foi o quarto hat-trick da carreira de Aktürkoglu, mas o primeiro pelo Benfica e o primeiro alcançado no decorrer de uma primeira parte. O momento em que recolhe ao túnel, com a bola no braço e um sorriso de quem sabe que já resolveu o jogo, é a imagem perfeita desta chegada a Portugal.

Banco avançou para a goleada

Luís Freire foi até à Luz ciente de que o seu clube nunca tinha vencido nesse estádio, mas ficou aquém até das suas exibições recentes no reduto de grandes. Os vilacondenses não conseguiram avançar no terreno e cederam demasiadas oportunidades a um adversário que conseguiu deixar os pontos praticamente conquistados desde muito cedo. Na segunda parte, o resultado ainda dilatou.

A primeira tentativa de levar o marcador até ao estatuto de goleada foi de Pavlidis, mas o grego deu continuidade a um jogo infeliz e desperdiçou. Sairia pouco depois, assim como Aktürkoglu, para dar lugar a outros jogadores mais frescos. O resultado das mexidas não demorou a sentir-se, com o Benfica a encostar o adversário ainda mais à sua área.

Entre ocasiões de Arthur Cabral e Amdouni - mais uma bela entrada do suíço -, foi Andreas Schjelderup quem assinalou o seu primeiro golo pelo clube, depois de um belíssimo lance que envolveu Renato Sanches Kokçu e Carreras. Dois minutos depois, Kokçu novamente em evidência e Zeki Amdouni apareceu no sítio certo para assinar o 5-0.