O dérbi de Itália sorriu para a Juventus, que desde novembro de 2022 não vencia o Inter em casa. Um belíssimo jogo resolvido por Francisco Conceição, autor do quinto golo da época ao serviço dos bianconeri, um balão de oxigénio para a equipa de Thiago Mota na procura de um lugar de Champions e que impede os nerazzurri de ultrapassarem o Nápoles no primeiro lugar da Serie A.

As duas equipas não desiludiram. Apesar do maior domínio do Inter na primeira parte, a Juventus ia reagindo às muitas ofensivas com alguns fogachos dos seus homens da frente, em particular o endiabrado extremo português, titular a par do compatriota Renato Veiga (excelente também a exibição do central emprestado pelo Chelsea).

Mas as grandes oportunidades pertenceram ao campeão em título, primeiro com um pontapé acrobático de Taremi para boa defesa de Di Gregorio (19’), depois com um remate ao poste de Dumfries, aos 42’.

O ala direito neerlandês viria novamente a ser protagonista, enviando a bola ao ferro aos 69’ após brilhante estirada de Di Gregorio, mas nesse período já a formação de Turim assumia-se mais atrevida, suportada no cérebro de Koopmeiners, na destreza e velocidade de Kolo Muani (muito diferente, para melhor, do que fazia no PSG) e energia de Francisco Conceição.

Foi precisamente esta dupla a grande protagonista do momento da noite: aos 74’, mesmo no meio de vários adversários dentro da área, o avançado francês conseguiu uma roleta e ganhou o ressalto, entregando a bola para o pé esquerdo do internacional luso, respondendo com um remate em arco e seco, sem hipótese de defesa para Sommer.

Na bancada aplaudia o único que ficaria feliz com a vitória de qualquer uma das equipas: Lilian Thuram, campeão do mundo pela França em 1998, tinha os dois filhos em campo, um em cada lado: Khéphren pela Juventus e Marcus pelo Inter. Terminado o jogo, ambos cumprimentaram-se com um beijo, como bons irmãos. Mas antes bateram-se como bons rivais, à maneira do dérbi de Itália. Ganharam os espectadores.