A passagem de Franco Colapinto pela Fórmula 1 na Williams está rapidamente a tornar-se um ponto crítico na sua jovem carreira. O piloto argentino, que entrou para o lugar de Logan Sargeant esta temporada, encontra-se sob crescente escrutínio, uma vez que uma série de incidentes prejudicou as suas performances e, crucialmente, os recursos da equipa.

No Qualifying do Sprint do Qatar, Colapinto terminou em último, a 0,5 segundos do próximo carro mais lento e quase um segundo completo atrás do colega de equipa Alex Albon, que se qualificou em 12º. A diferença de desempenho, agravada pelos componentes de especificação mais antiga no carro de Colapinto, deixou o jovem de 20 anos a lutar para apresentar um argumento convincente por uma futura vaga na corrida.


Um Carro Abaixo do Expectável – Mas os Acidentes Acumulam-se

O FW46 de Colapinto está a funcionar com suspensão dianteira e peças aerodinâmicas mais antigas, consequência da enorme fatura de danos da Williams esta temporada. Após acidentes graves no Brasil e em Las Vegas, o carro de Colapinto agora apresenta um défice de desempenho devido a substituições mais pesadas, que não são de fibra de carbono, e componentes não otimizados.

O comprimido fim de semana de sprint no Qatar—num circuito desconhecido—apenas amplificou as dificuldades.

Franco Colapinto:
“Estava a perder pouco a pouco durante a volta, quase em cada curva, que é sempre a parte mais frustrante. As curvas de alta velocidade estavam OK, mas estava realmente a lutar por equilíbrio nas curvas mais lentas.”

A Williams foi forçada a priorizar os reparos e atualizações para o carro de Albon, deixando Colapinto com um pacote pouco competitivo. O chefe de equipa James Vowles expressou esperança de que ambos os carros voltassem à especificação preferida até à final em Abu Dhabi, mas a situação atual de Colapinto ilustra o custo tangível dos seus recentes acidentes.


Oportunidades Perdidas para Impressionar

Após um início impressionante com a Williams, as performances de Colapinto têm falhado. Incidentes no Brasil (onde teve acidentes tanto na qualificação como atrás do carro de segurança) e em Las Vegas (um grande acidente na qualificação) lançaram uma sombra sobre a sua promessa inicial.

Embora tenha mostrado lampejos de potencial—como uma boa gestão de corrida no México antes de uma colisão com Liam Lawson—as suas performances tornaram-se inconsistentes, ficando atrás de Albon por duas a três décimas nas últimas corridas. Essa diferença alinha-se mais com as expectativas iniciais do que com a impressionante proximidade vista quando Colapinto se juntou pela primeira vez à equipa.

Red Bull, que Colapinto está a tentar impressionar para um possível lugar em 2025, tomou nota. Christian Horner, o chefe da equipa Red Bull, reconheceu o talento de Colapinto, mas enfatizou a enorme pressão na F1.

Christian Horner:
“Ele tem claramente talento, mas a pressão neste negócio é muito difícil.”


Tempo a Escassear para Fazer o Seu Caso

As hipóteses de Colapinto garantir um lugar em 2025—seja na Red Bull ou na sua equipa irmã—dependem da sua capacidade de terminar a temporada em grande. Com apenas duas corridas restantes, incluindo o Qatar e Abu Dhabi, a sua margem para erro é inexistente.

O James Vowles da Williams ofereceu alguma defesa, notando a inexperiência de Colapinto em condições molhadas e os próprios erros da equipa na gestão da sua qualificação em Vegas. No entanto, Vowles também enfatizou a necessidade de Colapinto demonstrar um pacote completo e consistente.

James Vowles:
“Ele precisa de se reunir como um pacote. Ele mostrou que pode correr bem, mas os acidentes e erros precisam de parar.”


Corrida Sprint do Qatar – Uma Oportunidade para Reconstruir Confiança?

Com oportunidades limitadas para recuperar na curta Corrida Sprint do Qatar, Colapinto precisará focar em salvar alguns pontos positivos. Embora as limitações de desempenho do seu carro possam impedir uma classificação pontuada, demonstrar resiliência e uma condução limpa será crucial.

À medida que o tempo se esgota na sua passagem pela Williams, os próximos dois fins de semana de Colapinto poderão determinar se o seu futuro está na Fórmula 1—ou se a sua breve oportunidade se tornará uma nota de rodapé na história do desporto.