Bruno Lage analisou, em conferência de imprensa, a derrota do Benfica em Barcelona, por 3-1, na segunda mão dos oitavos de final, e consequente eliminação da UEFA Champions League.

Que fatores foram determinantes no desfecho da eliminatória

- Antes de mais, partilhar convosco o sentimento que estamos a viver de frustração. Aquilo que fizemos no conjunto dos dois jogos, sentimos que podíamos ter um desfecho diferente. Orgulho pelo percurso realizado. Jogámos contra uma grande equipa. Entrámos bem no jogo, sofremos o primeiro golo e demos uma resposta muito boa. Surge um grande golo do Barcelona e depois penaliza-nos a forma como sofremos o terceiro numa transição. Entrámos na segunda parte com o objetivo de tentar marcar o nosso golo, as alterações que fizemos foi nesse sentido de melhorar a equipa e marcar o segundo golo. Há que dar os parabéns ao Barcelona, que fez um grande jogo, uma equipa muito boa, um treinador com uma experiência enorme. Senti o respeito que tiveram para connosco ao longo dos jogos, fundamentalmente neste. E é com mérito que seguem em frente. 

Equipa do Barcelona forçou o Benfica a errar, Kokçu bloqueado  

- Poderemos ir por aí. Por isso é que disse o enorme respeito da preparação do jogo, a pressão na frente não foi tão próxima como costuma ser e foi mais tentar controlar o que pudéssemos fazer no meio-campo com as nossas mudanças de flanco num corredor ou outro e aí atacar a linha defensiva. Sinto que se chegássemos mais frescos ao jogo, podíamos ter outra resposta nos duelos individuais, quer ofensivos, quer defensivos. 

Taticamente, o que mudou para se ver um Benfica mais ofensivo na segunda parte; estratégia defensiva para travar o Barcelona 

- Percebo a ideia da segunda parte. Mas nos primeiros 15 minutos, a equipa teve esse comportamento, conseguiu ter bola e jogar no meio-campo ofensivo, fazer duas ou três viradas de jogo como pretendíamos. Depois foi a segunda parte, tentámos reorganizar, procurar o nosso golo e as alterações que fizemos foi para mexer nos três homens do meio para dar frescura e ter uma capacidade ofensiva mais próxima. Em termos defensivos, tínhamos de interpretar muito bem três momentos, que seriam a saída de bola do guarda-redes, a forma como pressionámos, depois perceber como o adversário joga, estar subido com um controlo forte na linha defensiva no ataque à profundidade, e depois quando estivéssemos baixos estar juntos e controlar o espaço entrelinhas e deixar que o jogo fosse para fora. Curiosamente, o Barcelona criou algumas oportunidades, mas os golos nascem... o segundo de uma sequência de uma segunda bola de uma bola parada e quer o primeiro, quer o terceiro, saem de duas transições defensivas em que podíamos ter feito melhor.