A Allianz é o patrocinador da Taça da Liga há sete épocas consecutivas. Que balanço faz desta parceria?

A repercussão da marca é inquestionável. Nas nossas medições, e quando estamos num momento de final four, a notoriedade da marca cresce. E o que acontece é que nestes últimos sete anos há picos de crescimento que têm que ver com a final four, mas a verdade é que quando estabiliza, nunca vai para níveis abaixo dos que existiam antes da final four. Portanto, temos aqui uma tendência de crescimento inquestionável. A nossa marca é internacional e tudo isto é importante para nós. Estamos todos convencidos de que esta notoriedade faz aumentar a procura das pessoas e vendemos mais. E só assim é que faz sentido, queremos ter essa notoriedade, sim, mas com reflexos nos números e no nosso crescimento.

É possível que a Allianz adquira novos clientes só por estar associada ao futebol e não tanto pela qualidade do seu produto, por muito grande que seja?

Esse é o princípio básico da nossa parceria. Acreditamos muito em duas coisas na relação com o cliente: conhecimento e qualidade de serviço. Pode ser uma marca de qualidade elevadíssima, mas se as pessoas não nos reconhecerem nunca conseguem fazer esta ligação. Uma coisa não pode ser separada da outra.

Se a Allianz estabelecer uma parceira com outro setor de atividade, faria com que captasse ainda mais clientes através do futebol?

Eu acho que sim. O futebol é um veículo de notoriedade fantástica em Portugal e, acima de tudo, há um outro pormenor, vestindo a camisola da Allianz, que passa pelas relações de parceria que nós estabelecemos. Nós queremos ser muito mais do que patrocinadores. Aqui, na Taça da Liga, ou noutro qualquer sítio onde esteja a Allianz. Não estamos aqui só a despejar dinheiro, esse não é o objetivo.

Qual é o investimento que a Allianz promove a cada Taça da Liga?

Obviamente que não vou falar de valores em euros porque isso não significa absolutamente nada, uma vez que não temos termos de comparação. Claro que temos um orçamento e um plano de marketing. As nossas maiores fatias de orçamento são com o futebol. Tanto na Liga, como na Allianz Cup. São os principais patrocínios que fazemos ao nível de budget alocado.

Mas têm tido sempre retorno?

Sim, sim. Ganhamos sempre a tal notoriedade de que lhe falava, temos picos absolutos nos momentos da final four, que é quando estamos aqui constantemente, mas depois nunca baixamos. E também aproveitamos muito estes momentos para que sejam parcerias da companhia, com todos envolvidos. Lançamos uma nova aplicação, por exemplo, e encontramos uma forma de a lançar no momento da final four, por exemplo, para aproveitarmos o pico mediático.

E qual tem sido a reação da marca a esta parceira com a Liga?

Somos vistos como alguém que utiliza as boas práticas no que concerne à nossa marca em Portugal. Este tipo de ligação que fazemos tem uma receção muito positiva do mundo Allianz que, já por si, é muito virada para o desporto, como por exemplo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Além da enorme proximidade que temos aos estádios. Mas também temos a área tecnicamente responsável por Portugal, a quem nós prestamos contas. E essas pessoas têm uma proximidade muito grande connosco e têm um agrado muito grande pelo que fazemos aqui em Portugal.

Tem sido a Allianz a ajudar a projetar a Taça da Liga ou tem sido a Taça da Liga a ajudar a projetar a Allianz?

Uma parceria só é parceria se houve uma relação win/win. Caso contrário, não funciona. O que eu sei é que a Allianz Cup só existe porque nós temos esta parceria com a Liga. Claro que a Liga podia fazer uma parceira com outro qualquer, mas não era igual. Tal como já tinha feito muitas vezes. Nós trouxemos estabilidade e capacidade de argumentação de parte a parte. Tal como nós fomos muito positivos para a Taça da Liga, também nunca conseguiríamos estar aqui se não tivéssemos uma Liga profissional como temos hoje.

As vossas relações com a Liga têm sido cada vez melhores, subentende-se.

Sim. É uma relação sólida entre duas empresas com perfis de gestão muito claros e muito profissionais. Encontrámos um paralelismo em termos de objetivos. Obviamente que a paixão do futebol está sempre nas nossas relações, mas falamos de gestão, de negócio.

Vêm aí tempos de mudança no futebol português, com eleições na Liga e na FPF. Já houve conversações para continuar a parceria com a Liga?

Não falei ainda com ninguém, a não ser com o Pedro Proença, que é um candidato à presidência da FPF. Mas da Liga não tenho conhecimento. Nós, independentemente de quem vá para a Liga, continuamos cá. E continuamos a querer e a acreditar muito na Allianz Cup. Sábado [hoje], vamos ter o programa do ano com mais audiência na televisão, antecipo já. Eu continuo a querer ter como interlocutor uma entidade profissional com capacidade de negociar connosco. Estaremos sempre disponíveis para nos sentarmos à mesa.

Caso a Taça da Liga saia de Portugal, o que é que a Allianz projeta?

Vou ser completamente honesto: não faço ideia sobre o que vai acontecer com a Taça da Liga. O que eu sei, e isso é garantido, é que enquanto a Liga tiver uma proposta de valor positiva para a Allianz, nós continuamos. No Portugal ou no estrangeiro? Não entro por aí. [está a fugir à questão…] Pondero continuar a apostar numa competição jogada em Portugal com os clubes portugueses. Em bom rigor, o que devo dizer-lhe é que damos preferência à Taça da Liga em Portugal.

Já elogiou sobejamente a capacidade de organização da Liga nos últimos anos. Se Pedro Proença vencer as eleições da FPF e lhe fizer uma proposta para que a Allianz possa ser parceira da Taça de Portugal, estarão disponíveis para isso?

Queremos fazer parcerias em Portugal e com o que faz mexer os portugueses. Sem ser uma resposta política, nós queremos continuar a estar onde estão os portugueses. E os portugueses estão no futebol. A FPF já nos deu ativos importantíssimos. Fomos a primeira marca a apoiar este novo formado do futebol feminino, o Torneio do Algarve, a Supertaça, a Taça de Portugal, tudo foi Allianz no futebol feminino. Se eu conheço o Pedro [Proença] há muitos anos, se tenho uma excelente relação profissional com ele, e se acredito que possa ir para a FPF com o mesmo princípio sólido de gestão, claro que posso pensar nesse assunto. Nós só conseguimos fazer esta associação se tivermos a certeza que a entidade que está do outro lado é credível. Eu não posso colocar a marca associada a um evento que corra mal. Construímos uma relação de enorme profissionalismo e proximidade com o Pedro [Proença] e com a sua equipa, estamos a falar de um caso sério de gestão a nível internacional, e é isso que eu pretendo, ter do outro lado entidades profissionais e estáveis. Algo que acontece com a Liga hoje e que, provavelmente, o Pedro [Proença] levará para a FPF. Não colocando em causa nada do que a FPF hoje tem ou que terá com outro presidente, claro está.