O secretário-geral do Partido Socialista anunciou, esta quinta-feira, que vai propor à Comissão Política a abstenção do partido na votação do Orçamento do Estado para 2025. A confirmar-se, o Governo vai conseguir, dessa forma, aprovar o documento na Assembleia da República.

Pedro Nuno Santos falou em «compromisso com os portugueses», e apontou duas justificativas para esta decisão: «Em primeiro lugar, passaram apenas sete meses sobre as últimas eleições legislativas. Em segundo lugar, um eventual chumbo do Orçamento poderia conduzir o país e os portugueses para as terceiras eleições legislativas em menos de três anos, sem que se perspetive que delas resultasse uma maioria estável. É por estas duas razões, e apenas por estas duas razões, que tomei a decisão de propor à Comissão Política Nacional do Partido Socialista a abstenção na votação do orçamento do estado para 2025», sustentou.

O secretário-geral do PS defendeu ainda que o Governo está «isolado, sozinho, mais minoritário do que nunca e absolutamente dependente do maior partido da oposição».

Na reação a este anúncio socialista, o primeiro-ministro saudou «o sentido de responsabilidade e a prevalência do interesse nacional». «Vejo com esperança aquilo que é a decisão do PS de respeitar a vontade do povo português e não contribuir para acrescentar às várias incertezas uma crise política", declarou Luís Montenegro, em Bruxelas.