França recuperou de desvantagem de dois golos frente à Croácia, mas só garantiu lugar nas meias-finais no desempate por pontapés da marca de grande penalidade, com Upamecano a ter o remate certeiro que tudo decidiu. 

Didier Deschamps prometeu que iria fazer alterações depois da derrota na Croácia por 0-2 e mexeu mesmo na equipa. Mexeu muito fez cinco alterações e com o Parque dos Príncipes completamente cheio e um ambiente escaldante, França começou o jogo abertamente ao ataque e a primeira oportunidade surgiu num cabeceamento de Manu Koné logo no terceiro minutos.

A Croácia procurava por gelo no fogo francês, Modric guardava a bola com mestria, mas a equipa da casa pressionava alto, conseguia chegar com alguma frequência a zonas de finalização. Theo Hernández, que não jogou na primeira mão, já que o lugar da lateral-esquerdo foi de Lucas Digne, tornou a seleção gaulesa mais agressiva e muitos foram os desequilíbrios naquele flanco.

Mas de quem esperava tudo era de Mbappé, que deu o primeiro aviso aos 14 minutos, com remate à meia-volta a passar um pouco ao lado da baliza de Livakovic. Sofria a croácia, que pouco depois via Tchouaméni rematar de cabeça a centímetros do poste.

 O jogo só tinha um sentido, por muito que os croatas procurassem uma e outra vez sair em transições com um futebol muito apoiado. Aos 21 minutos fica Olise a pedir penálti em lance com Caleta-Car, mas Michael Oliver manda seguir.

 Muita ansiedade na seleção de França, muitos lances de ataque construídos, muita posse de bola, mas poucas oportunidades flagrantes de golo. O primeiro remate enquadrado é de Barcola, aos 38 minutos, após passe de qualidade de Olise, e só não dá golo porque é fabulosa a defesa de Livakovic.

Faltava a França alguém no meio-campo que tivesse a capacidade de criar e servir os homens da frente, mas Didier Deschamps não mexeu na equipa, mantendo o duplo pivot Tchouaméni e Koné, sinal de respeito por Modric e companhia, mas também do conservadorismo do selecionador francês. Conservador, mas com o tempo a dar-lhe razão.

 Mas o golo francês chegou aos 53 minutos, Mbappé baixou, pegou na bola, embalou para a área e foi travado. O que não foi possível de outra forma, chegou de bala parada, com execução perfeita de Olise, que na primeira mão até tinha sido suplente. 

O golo fez bem... à Croácia, que passou a chegar com mais frequência a zonas de finalização. Perisic deu o primeiro aviso, mas o jogo mais partido, risco assumido por Zlatko Dalic, mesmo estando ainda em vantagem.

 Passavam os minutos, França ia subindo, subindo, subindo. Aos 75 minutos parecia milagre... como o remate de Mbappé não entrou. O empate na eliminatória passava a centímetros do poste.

 Não foi um, foi outro. Olise rompe pela direita, recebe de Mbappé e faz passe atrasado para Dembelé empatar a eliminatória.

 O prolongamento chegou com a França a ser a equipa que mais procurou a vitória, mas a Croácia soube fechar-se, Mbappé falhou duas vezes em frente a Livakovic, e o jogo foi para o desempate por pontapés da marca de grande penalidade. Após vários pontapés falhados, mas Upamecano não tremeu e ao 14.º penálti colocou França nas meias-finais, onde defrontará a Espanha, numa reedição da meia-final do último Europeu.