
Martín Anselmi falou hoje em conferência de imprensa sobre o jogo SC Braga-FC Porto, da 25.ª jornada da Liga portuguesa.
— Este jogo em Braga é o segundo consecutivo para o FC Porto fora de casa, diante de um adversário que só conta vitórias em 2025 como anfitrião. O que espera da partida?
— Além da estatística, o Braga joga bem, sabe o que fazem em campo. Uma equipa que sabe atacar, que defende junto, aproveitam bem as transições. São fortes na bola parada. Vai ser um jogo bonito, fora de casa. Gosto deste tipo de jogo. Muito foco em nós, é a nossa primeira semana limpa a sério, creio que caiu bem, porque à medida que os jogos vão decorrendo, as nossas matrizes de jogo vão ficando mais claras.
— Privilegia o processo de jogo em vez do resultado. O processo precisa dos resultados? FC Porto precisa de forma imprescíndivel de duas vitórias? É um jogo que vale seis pontos?
— Quando terminar o jogo, vale três... O valer seis pontos não sei se se aplica para o FC Porto. Para o FC Porto todos os jogos valem o mesmo. Temos de ganhar. Depois, isso provoca que a distância possa aumentar e, nesse sentido, este tipo de jogos tem esse condimento extra. Ganhar, e creio que disse isso na conferência anterior, dá sempre muitas coisas. Eu não gosto de analisar o jogo a partir do resultado. Ganhar é sempre bom, ganhar dois jogos fora seguidos seria muito bom.
— O facto de Marcano estar regresso traz tranquilidade à defesa, um setor que tem evidenciado muitos problemas?
— Um jogador com a trajetória do Iván Marcano é sempre bem-vindo em qualquer clube. Além disso, creio que coletivamente temos de continuar a trabalhar a parte defensiva. Viemos de um jogo em que o rival criou menos situações de golo. Não é só o Marcano, temos de continuar a trabalhar coletivamente. Há muitos ajustes a melhorar. Não gostei da primeira parte, mas ganhámos. Defensivamente não estivemos bem na primeira parte, na segunda estivemos muito bem. Temos de encontrar esse caminho. Gosto que a minha equipa não sofra situações de golo por demérito nosso. Que seja por mérito do adversário. Há coisas incontroláveis no futebol. Quero controlar os erros não forçados.
— William Gomes pode ser titular? Com 18 anos, está pronto para ser titular no FC Porto?
— Não olho muito para a idade dos jogadores. A idade biológica não tem nada a ver com a idade futebolística. Com 15 anos pusemos o Kendry Páez a jogar no Independiente del Valle. O crescimento futebolístico não é o mesmo do que o biológico. É o próprio jogador que vai pondo os seus limites e sabe quando está preparado ou não. Se um jogador está preparado com 18 anos, porque não há-de ser parte de uma equipa? Depois, também entendo que haja uma idade biológica. É parte do nosso trabalho cuidar de um rapaz de 15, 16, 17, 18 anos. Mora também joga nesta equipa, é mais novo do que William. Há que cuidar deles, porque quando aparecem este tipo de talentos, começa-se a comparar com outro jogador e a carregá-lo com essa responsabilidade. Gosto de cuidar deles, que tenham o seu lugar e confiança, que não tenham essa carga. Não é porque William entra e demonstra algumas coisas, que tem de o fazer em todos os jogos. Todos os jogadores que treinam comigo dia a dia, se estão aí, é porque estão preparados para serem titulares.
— O facto de estar sem Rodrigo Mora e Fábio Vieira para este jogo, condiciona a abordagem ofensiva?
-- Digo sempre que o que fazemos é o mesmo, mas como o fazemos varia. Segundo o rival, segundo os jogadores que colocamos... Com um jogador de pé não temos as mesmas coisas que um jogador de profundidade. Temos de fazer o mesmo que fazemos sempre. Temos de melhorar a circulação de bola, estamos a trabalhar nisso. Podemos ter um jogo com um médio, um extremo por dentro, dois médios, quatro interiores... Isso baseia-se no rival. Não temos Mora, Pepê, Fábio e temos de ver como podemos criar situações de golo amanhã.
— Já conhece a rivalidade enorme FC Porto-Benfica. Como viu a polémica em torno de uma foto da família de Dario Herrera, seu adjunto, no Estádio da Luz a ver o Benfica-Barcelona?
— Vamos falar disso aqui? É uma pena que só tenha aparecido a foto... Devia ter aparecido o vídeo em que festejam o golo do Barcelona.
— O FC Porto está mais perto do que deseja?
— Sim... A resposta tem de ser essa. Creio que, a partir de agora, com semanas limpas, vamos começar a ver realmente as matrizes do nosso jogo. Vamos começar a ver isso, porque também já estamos a ver isso nos treinos. Como os jogadores se soltam. É um pontapé de saída em algo que nos permite trabalhar de forma diferente e que nos vai dar esse FC Porto que queremos ver.
— É fundamental vencer em Braga para ficar com menos desafogo na luta pelo terceiro lugar e depois olhar mais para cima?
— É igual ao que disse há pouco... Essas coisas dos seis pontos, ganhar dois jogos seguidos… Não tenho mais a acrescentar. Ganhar ajuda a uma data de coisas, aumenta a confiança. Competimos para vencer. Sabemos que rival temos pela frente e que vamos lá pelos três pontos. É a essência do FC Porto e a nossa essência.