José Mourinho embarcou, este verão, numa nova aventura ao serviço do Fenerbahçe e não dá sinais de querer abrandar. O treinador português concedeu uma entrevista à HT Sport onde explicou o porquê de ter rumado à Turquia e deixou claro que quer continuar a treinar por muito mais anos.
Mourinho abordou ainda outros temas, tais como a possibilidade de vir a treinar uma seleção nacional, e comparou a vida em Istambul com a vida que tinha em Londres, quando orientava o Chelsea.
José Mourinho em discurso direto
Motivos para rumar à Turquia: «Acho que foi o Fenerbahçe que me escolheu. Foi ao contrário. Fiquei à espera com calma, a analisar. Havia diferentes ofertas. Reuni-me com clubes, presidentes e diretores desportivos diferentes. Não tive pressa. Havia três candidatos à presidência e todos vieram falar comigo. Fizeram-me sentir o quanto me queriam. Eu também estava motivado por vir para um novo país e ajudar o clube na ambição de acabar com um período difícil. O diretor desportivo Mário [Branco] colocou em cima da mesa as ambições, sonhos e condições deste clube. Fiquei motivado, porque era um país novo, não era a Premier League novamente, a Serie A ou Portugal. Foi uma novidade.»
Dificuldade de treinadores estrangeiros para vencer na Turquia: «Já ouvi muitas coisas. Se acreditasse em tudo o que ouço, já tinha pegado nas minhas coisas e ido embora. Prefiro aprender sozinho. Os treinadores turcos entendem melhor a cultura daqui. É por isso que estou a tentar aprender o máximo que posso sobre a liga turca. Esse é o meu foco. Deixei Portugal há 20 anos e trabalhei e quatro países diferentes. Tive sempre a capacidade de aprender rapidamente, adaptar-me e ganhar troféus.»
Comparação com o Chelsea: «É diferente. Quando eu trabalhava no Chelsea, a minha casa ficava a 10 minutos do estádio e ia a pé para casa no fim do jogo. se eu fosse passear na Turquia, não conseguiria andar 10 metros. Mas adoro a pressão, a forma como as pessoas vivem isso. E é ótimo trabalhar numa cidade grande com muitos clubes. Acontecia em Inglaterra quando eu estive no Chelsea ou Tottenham. Tottenham, Chelsea, Arsenal, Fulham, Brentford e West Ham são da mesma cidade, mas não podem ser comparados à realidade que vivemos em Istambul.»
Treinar por muitos mais anos e inclusão do Fenerbahçe no seu documentário: «Claro. Eu gostaria de dizer que será lançado em janeiro de 2025. Haverá episódios diferentes. Não será um único documentário. Não tenho a certeza se serão três ou quatro. Mas o objetivo serão cinco ou seis. Estarão o Fenerbahçe e Istambul. Mas não será o último episódio. Continuará. Porque ainda tenho um mínimo de 10 anos da minha carreira. Não vou terminar a minha carreira depois de dois anos no Fenerbahçe. Há pelo menos mais 10 anos.»
Possibilidade de ser selecionador: «O meu objetivo é ter sucesso no Fenerbahçe e que queiram que fique mais tempo. Esse é o meu objetivo. Já tive oportunidades de treinar uma seleção e sempre rejeitei. O trabalho [de um selecionador] é esperar por um Europeu ou Mundial. Tenho muita energia para gastar agora. Talvez um dia, quando eu estiver velho e cansado, mas não agora.»
Contratação de Osimhen pelo Galatasaray: «Victor Osimhen é um grande jogador... Se eu estivesse num clube que tivesse a oportunidade de pagar 70-75 milhões de euros, eu comprava. Tenho um relacionamento muito bom com ele. Só não gosto da maneira como ele se comporta, atira-se muito ao chão. Quando nos tornamos rivais, eu disse-lhe: 'És um dos dois melhores jogadores africanos, juntamente com Salah.' Ele é um grande jogador do Galatasaray e da Super League.»