Quando as bolinhas andaram à roda em Zurique, na sede da FIFA, já se sabia que o sorteio da qualificação europeia para o Mundial 2026 não seria definitivo para Portugal. Ao estar nos quartos de final da Liga das Nações, onde defrontará a Dinamarca em março, a seleção nacional teria sempre um sorteio aberto, ficando num grupo caso bata os nórdicos e noutro caso seja derrotada.

O resultado deste sorteio de incerteza ditou o seguinte: se Portugal vencer a Dinamarca na Liga das Nações, irá para o grupo F, defrontando a Hungria, a República da Irlanda e a Arménia. Se Portugal perder com a Dinamarca, irá para o grupo C, com Grécia, Escócia e Bielorrússia.

Ambos os caminhos estão cheios de velhos conhecidos. No grupo F, há a Hungria, país que, outrora, foi uma enorme fonte de treinadores que marcaram o futebol português. Nos últimos anos, Portugal defrontou os húngaros em várias ocasiões, nomeadamente no emocionante 3-3 do Euro 2016, na qualificação para o Mundial 2018 — duas vitórias nacionais — e no Euro 2020, quando a seleçãõ nacional venceu por 3-0.

Também com os irlandeses há um histórico recente. Em junho, antes do Europeu, a equipa de Roberto Martínez ganhou um amigável por 3-0. Em 2021, rumo ao Catar 2022, Portugal venceu por 2-1 em casa e empatou a zero em Dublin. A Arménia não é adversária desde a qualificação para 2016, quando a seleção nacional saiu vencedora de ambos os encontros.

No grupo C, aquele que Portugal quer evitar, já que só estará nele se for batida pela Dinamarca, está o maior pesadelo do futebol nacional. Trata-se, claro, da Grécia, o grande trauma de 2004. Mas as dificuldades contra os helénicos vão além do Europeu: nos últimos seis duelos contra a Grécia, Portugal nunca venceu. A última vez foi um 0-0 num particular em 2014.

A Escócia foi adversária na recente Liga das Nações, com vitória na Luz e empate em Glasgow. A Bielorrússia, que devido às sanções na sequência da invasão russa da Ucrânia disputa os seus encontros em casa na Hungria, seria o único possível adversário de Portugal com o qual a equipa nacional nunca jogou.

Portugal disputará esta qualificação em setembro, outubro e novembro de 2025.

Sorteio da qualificação europeia para o Mundial 2026:

Grupo A: Vencedor do Alemanha-Itália, Eslováquia, Irlanda do Norte, Luxemburgo

Grupo B: Suíça, Suécia, Eslovénia, Kosovo

GRUPO C: Derrotado do Portugal-Dinamarca, Grécia, Escócia, Bielorrússia

Grupo D: Vencedor do França-Croácia, Ucrânia, Islândia, Azerbaijão

Grupo E: Vencedor do Espanha-Países Baixos, Turquia, Geórgia, Bulgária

GRUPO F: Vencedor do Portugal-Dinamarca, Hungria, República da Irlanda, Arménia

Grupo G: Derrotado do Espanha-Países Baixos, Polónia, Finlândia, Lituânia, Malta

Grupo H: Áustria, Roménia, Bósnia, Chipre, São Marino

Grupo I: Derrotado do Alemanha-Itália, Noruega, Israel, Estónia, Moldávia,

Grupo J: Bélgica, País de Gales, Macedónia do Norte, Cazaquistão, Liechtenstein

Grupo K: Inglaterra, Sérvia, Albânia, Letónia, Andorra

Grupo L: Derrotado do França-Croácia, Chéquia, Montenegro, Ilhas Faroé, Gibraltar

Martínez, à chegada ao sorteio em Zurique
Martínez, à chegada ao sorteio em Zurique picture alliance

O Mundial 2026, o primeiro a decorrer em três países, disputar-se-á de 11 de junho a 19 de julho de 2026. A 23.ª edição do principal torneio de seleções será, ainda, a primeira com 48 equipas.

Caso Portugal não consiga o apuramento, a seleção nacional já tem assegurada, via Liga das Nações, a presença no play-off, que decorrerá em março de 2026. Essa repescagem, que atribuirá as quatro últimas vagas europeias, juntará os 12 segundos classificados dos grupos de apuramento e quatro equipas vindas da Liga das Nações.

Se a seleção nacional conseguir estar presente nos Estados Unidos, Canadá e México, será a sétima presença seguida num Mundial para a equipa portuguesa, que não falha o torneio desde o França 1998. Seria, ainda, a 14.ª fase final seguida para Portugal.