«Não é normal um ponta-de-lança do Benfica não ultrapassar os dez golos». Palavras de Rui Costa no término da presente temporada, que demonstram o pleno descontentamento sobre a campanha individual dos homens mais adiantados.

No entanto, aquando da contratação de Marcos Leonardo, o presidente dos encarnados explicou os motivos por detrás do ataque à jóia brasileira, dando ênfase ao período temporal: «Não há um avançado noutro clube que esteja a fazer 20 golos e que possa chegar ao Benfica em janeiro.»

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Pois bem... o matador com o registo ambicionado acabaria mesmo por chegar em julho. Vangelis Pavlidis foi o escolhido pela direção das águias para contornar a fome atual. O ex-avançado do AZ Alkmaar brincou com a marca dos 20 tentos, tendo feito o gosto ao pé por 33 ocasiões na época cessante.

Porém, não é a primeira vez que o atleta de 25 anos assombra o futebol neerlandês. Entre 2018/19 e 2022/23, o futebolista grego, com passagens no VfL Bochum, Borussia Dortmund B e Willem II, apontou uns impressionantes 113 golos (!), repartidos entre as competições locais e a Conference League.

Surge então uma interrogação: quais são as armas utilizadas por Pavlidis, que o tornam num jogador tão temível na grande área?

Pé direito, pé esquerdo ou de cabeça? Pavlidis entrega

A verdade é que são múltiplos os recursos futebolísticos que, muito brevemente, poderão ser contemplados na Luz. Uma caraterística bastante notória é a acrescida clarividência na hora da finalização. Seja dentro ou fora da área, o disparo colocado do internacional pelos ethniki costuma ser letal, levando, com muita frequência, o caminho dourado.

Para além disso, tal como Marcos Leonardo, o ex-kaaskoppen, apesar de ser destro, não tem receio de tentar a sua sorte com o pé esquerdo. Uma ferramenta bastante útil em espaços mais apertados e que certamente contribui para as excelentes marcas individuais. Também no jogo aéreo, a nova aquisição do Benfica merece o selo de aprovação.

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Fruto do seu 1,81 m, o ponta-de-lança gosta de faturar de cabeça, não precisando de uma grande impulsão para levar a melhor sobre os seus adversários diretos. Esta imponente envergadura física permite-lhe jogar facilmente de costas para a baliza, uma valência bastante patente no seu jogo.

Pavlidis traz consigo uma grande mobilidade, optando, sempre que possível, por um ideal associativo. O avançado oriundo de Thessaloniki gosta de se afastar da marcação direta para ajudar no processo de criação, algo pedido, com grande frequência, pelos adeptos encarnados.

Apesar de não ser o seu forte, o camisola '9' possui apetrechos técnicos, arranjando facilmente brechas para rematar em direção ao alvo contrário. É, sem dúvida, um futebolista bastante completo para a posição que ocupa. Veremos se o novo pupilo de Roger Schmidt irá empurrar os holofotes para si sob as ordens do técnico alemão.

[durante o dia de terça-feira, 2 de julho, o zerozero publicará uma reportagem aprofundada sobre o novo jogador do Benfica]