Uma reportagem do Público, publicada este domingo, dá conta de um suposto esquema de lavagem de dinheiro no futebol português, levado a cabo pela maior organização criminosa do Brasil (PCC). O Conselho de Disciplina da FPF já se pronunciou e revelou que procederá à abertura de processo de inquérito tendo em vista as suspeitas levantadas pela publicação citada anteriormente.

«Face à notícia que denuncia financiamentos de origem criminosa em clubes e em transferências de jogadores, o CD decidiu que na próxima reunião vai abrir processos na Secção Profissional e da Secção Não Profissional», lê-se no comunicado emitido pela FPF, no seguimento do trabalho publicado pelo diário nacional.

«Elementos com ligações ao crime organizado tentaram comprar a SAD do Varzim, sondaram Felgueiras e Vilaverdense, acabaram por se instalar em Fafe», pode ler-se na reportagem. Segundo a mesma, há fortes evidências de que esta rede criminosa esteja a utilizar clubes e transferências de jogadores em Portugal para lavagem de dinheiro, obtido com tráfico de drogas no país de origem.

Da nega na Póvoa até à AD Fafe

Ulisses de Souza Jorge, empresário FIFA, agente de Éder Militão, é alegadamente a peça central na negociação com os clubes e um dos suspeitos de integrar um dos esquemas deste tipo para o PCC. Depois de ter visto uma oferta para a entrada na SAD do Varzim ser recusada (há, sensivelmente, um ano), o brasileiro juntou-se ao advogado Christiano Lino de Menezes, também ele investigado no Brasil por ligações à organização criminosa.

Os dois empresários terão feito, posteriormente, ofertas semelhantes ao Vilaverdense (dois milhões de euros) e ao Felgueiras (dois milhões e 500 mil euros), mas que também acabaram recusadas. Final diferente teve a abordagem feita ao emblema de Fafe, clube onde, ao dia de hoje, terão presença na gestão ativa e diária.

Atualmente, a AD Fafe tem como líder da sociedade para o futebol do clube, em nome da UJ - Football Talent (sociedade de Ulisses Jorge, sediada em Portugal), o ex-jogador Derlei, de quem se falou para figura de proa de uma «possível futura SAD do Varzim» - pode ler tudo sobre essa mudança que não chegou a acontecer AQUI.

Derlei vestiu em Portugal a camisola dos três maiores emblemas nacionais e sagrou-se campeão da Europa ao serviço do FC Porto, em 2004.

Perante as investigações já a decorrer no Brasil e a investigação jornalística do Público, o CD da FPF já comunicou que na próxima reunião irá abrir processos na Secção Profissional e na Secção Não Profissional.