Martín Anselmi, treinador do FC Porto, em declarações na sala de imprensa do Municipal de Arouca, após a vitória contra os aroquenses (2-0), em jogo da 24.ª jornada da Liga:

- Este foi um dos jogos mais completos que o FC Porto fez desde que chegou?


Não sei se disse esta semana ou na semana anterior, mas gosto de equipas inteligentes. Entendi que na primeira parte não havia controlo. Podíamos ter feito o segundo golo, mas também podíamos ter sofrido. Estive a falar com o treinador do Arouca, o Vasco, e felicitei-o pela forma como o Arouca joga. É uma equipa que joga bem, não é fácil tirar-lhes a bola. Os nossos três homens do meio-campo estavam a mover-se por todo o lado e cruzavam-se, o que originava uma distância entre os centrais. Entendi ao intervalo que era preciso juntar e fechar o espaço e deixar o Arouca tentar entrar. Sabia que se houvesse uma perda de bola e se recuperássemos, iríamos marcar o 2-0 e ter outro controlo do jogo a partir daí. É preciso ser inteligente e perceber o que era melhor para ganhar.

-Como viu o regresso de Marcano e o que é que ele pode acrescentar à equipa?

Conhecemo-nos há pouco tempo, mas é o suficiente para entender o que se passou e para criar empatia com ele. O regresso dele deixa-me muito feliz não só por ele, mas também pela equipa. Ele acrescenta voz de comando, experiência, muita inteligência e sabedoria. Ele disse-me que um dos motivos pelos quais queria jogar era para o filho vê-lo jogar novamente. É muito importante que isso tenha sido cumprido.»

-Qual a extensão da lesão do
Rodrigo Mora?

Não posso dizer nada. Ele sentiu um desconforto no aquecimento, amanhã vamos avaliá-lo melhor. Ele tinha bastante dor e havia o risco de o ter de substituir aos dez minutos. Preferimos não arriscar.

-Qual é a importância desta vitória?

É sempre importante ganhar. Ganhar é o mais lindo que há no futebol. Mas não podemos ficar confusos. Temos de continuar a trabalhar porque não éramos os piores nem agora somos os melhores. Estamos a crescer, cometemos erros, fazemos coisas boas, competimos, lutamos e estamos juntos. Estamos a construir essa união entre nós. E ganhar alimenta tudo isso, mas temos de continuar da mesma forma.

-O Fábio Vieira viu o quinto cartão amarelo e não poderá jogar em Braga. Quem é que o pode substituir?

O jogo acabou agora, só amanhã vou pensar no SC Braga. O Fábio Vieira é um jogador distinto e muito importante, está a prová-lo de jogo para jogo. Temos bons elementos para substituí-lo.

-Qual a explicação para o Eustáquio ter jogado na direita do ataque?


Quando o Rodrigo voltou do aquecimento, percebi que não podia jogar. A partir daí tive de tomar uma decisão rápida e explicar a quem ia entrar o que tinha de fazer. Com a entrada do Eustáquio mudávamos o menos possível, só o Gonçalo é que passou da direita para a esquerda. Não mudou mais nada. Entendi que o Eustáquio podia dar profundidade pela direita com o Fábio mais dentro. Gosto de ver o Fábio nessa posição porque ele associa-se bem, é inteligente, sabe mexer-se, joga curto e longo, não é fácil de marcá-lo. Acho que quando joga entrelinhas perde capacidade para jogar. Na segunda parte, decidimos colocar três jogadores por dentro e o Gonçalo mais como segundo avançado. Só soube que o Fábio não podia jogar em Braga na pergunta anterior. Não temos um plantel assim tão extenso e qualquer baixa tem peso. Perdemos o Vasco e o Pepê, quanto ao Rodrigo ainda não sei. A partir de manhã vamos ver como resolvemos.

-Qual a importância de ganhar para pressionar os rivais?

É importante ganhar. Não controlamos o que acontece com os rivais. Ganhar é importante. Obviamente que encurtamos a distância, mas não sei se cria pressão ou não. Veremos o que acontece nos outros jogos.