A manutenção, principalmente nesta época, parece ser uma selva onde ninguém consegue escapar. Farense e Boavista estão em situação perigosa e tentam, de toda a maneira, fugir a sete pés desta situação. Quem levou a melhor, na estreia de Stuart Baxter no banco, foi mesmo o clube do Bessa, que venceu por 0-1 e saiu, assim do último lugar do campeonato, empurrando, precisamente, os adversário desta tarde.

No primeiro jogo ao leme, o experiente técnico escocês operou várias mudanças, sendo que uma delas foi tática. O emblema boavisteiro, após alguns jogos onde alternou entre o 3-5-2 e o 3-4-3, apareceu num 4-3-3, com dinâmicas distantes. Os da casa, após a vitória na visita ao Estrela da Amadora, optaram por não mexer nenhuma peça.

Marco Van Ginkel, Miguel Reisinho e Osman Kakay foram as novidades em relação ao desaire com o Nacional, com destaque para os dois primeiros, que formaram, pela primeira vez, dupla no meio-campo, no que toca ao onze inicial.

Chegou a prometer... mas não cumpriu

A partida principiou-se com um Farense a querer assumir as hostilidades. Tomané e Rui Costa, a entenderem-se bem e com movimentações interessantes, encontraram, nos primeiros minutos, as costas da defensiva forasteira por várias vezes e, num desses lances, Rui Costa poderia mesmo ter criado mossa, lá está, com um belo passe de Tomané.

Com mais dificuldade em chegar à área contrária, o Boavista, ao contrário do que havia acontecido em partidas anteriores, povoou bem o miolo do terreno e, quase como uma novidade, apareceu com ligeireza na discussão das segundas bolas.

@SC Farense

Perante um Farense muito agressivo na pressão e muito virado para um futebol positivo, recheado de momentos no setor ofensivo, as panteras também optaram por futebol mais rendilhado e criterioso, com Seba Pérez e Reisinho à cabeça. Nota para o médio colombiano, que se destacou na recuperação de bola e ocupação de espaços, dando equilíbrio ao centro do terreno.

O primeiro tempo caminhou rapidamente para o fim, e quem acabou por cima foi mesmo a turma do Bessa, que, com a decisão de ter mais bola e optar pela criatividade, conseguiu impor mais o seu jogo. Apesar das equipas terem apresentado boas fases, não ofereceram momentos para celebrar.

A lei do mais eficaz

Tensão, nervosismo e muita ansiedade, natural da situação de ambos os emblemas, era o sentimento geral desta disputa no seu reinício. O risco foi mínimo, ou nenhum, com a vontade de não errar bastante patente.

A história parecia condenada a um empate a zero, mas eis que Joel Silva, atleta da formação, apareceu para reescrever um conto que já davas sinais de estar entregue à desinspiração. Aos 68', na sequência de um lançamento longo de Rodrigo Abascal, aproveitou um corte incompleto de Tomané e atirou a contar.

O treinador do Farense, Tozé Marreco, colocou a carne toda no assador, tendo mesmo Tomané, Dário Poveda e Yusupha (contra uma equipa que representou durante largos anos), todos em simultâneo no terreno de jogo.

Do outro lado, Stuart Baxter optou por dar um claro passo atrás, colocando Steven Vitória e Lystov, que se juntaram a Sidoine Fogning e Rodrigo Abascal na linha defensiva. Esta tração atrás permitiu que os do Bessa eliminassem todas as ameaças áreas que os algarvios tentavam criar.

Já no fim, num momento de total desespero para os dois lados, Rony Lopes, mesmo em cima do tempo de compensação, teve direito a um livre em zona frontal e obrigou Tomas Vaclík à defesa que segurou os três pontos e permite à pantera acreditar na manutenção.