Depois de Carlos Vinícius, Raúl de Tomás, Darwin Nuñez, Roman Yaremchuk, Marcos Leonardo e Arthur Cabral (para citar os mais recentes – e avultados – investimentos encarnados na dolorosa busca por um goleador capaz de fazer a águia sonhar), o reino da Luz tem agora uma nova coqueluche. Vangelis Pavlidis, de seu nome.
O avançado grego chega ao clube encarnado proveniente do AZ Alkmaar e por uma verba a rondar os 17 milhões de euros. A contratação do jogador já estaria fechada há alguns dias, faltando apenas a oficialização dos clubes.
A chegada de Pavlidis ao clube encarnado espelha bem as firmes intenções da formação de Roger Schmidt para 2024/25: voltar rapidamente aos títulos. O goleador de 25 anos chega às águias com provas dadas e selo de «craque».
Se a adaptação podia ser um problema, também nesse campo o avançado grego tem provas dadas. Saiu muito novo do seu país natal e acabou a formação nos alemães do Bochum. Seguiu-se um apagado empréstimo ao Borussia Dortmund ‘B’, e, finalmente, a ida para os Países Baixos, para ingressar no modesto Willem II. Chegado ao clube neerlandês em janeiro, ainda foi a tempo de marcar seis golos e assistir os companheiros por quatro vezes. Seis meses bastaram para o clube pagar a módica quantia de 250 mil euros ao Bochum. Duas épocas e 27 golos depois, o AZ Alkmaar decidiu pagar 2,5 milhões de euros pedidos pelos serviços do avançado natural de Salonica. Um aparte: na época seguinte, já sem o grego, o Willem II desceu para a segunda divisão neerlandesa.
Em três temporadas ao serviço dos De kaaskoppen, Vangelis Pavlidis apontou 80 golos. Sim, 80. Uma média de 27 golos por época, sendo que aos marcados ainda junta as 25 assistências realizadas. 105 contribuições para golo em três temporadas. 35 contribuições para golo por época, em média. Uma parca média, de facto.
Porque nem só de números se faz um jogador, e para descobrir um pouco mais sobre Pavlidis, o zerozero abordou Zeca Rodrigues – colega na seleção helénica e jogador do Panathinaikos -, que descreve o compatriota como uma «pessoa espetacular», um «jogador tranquilo» e «com muita vontade de aprender».
O ex-Vitória FC cruzou-se com o novo reforço das águias em 12 ocasiões, entre amigáveis e jogos de qualificação para fases finais (Euro 2020, Mundial 2022 e Euro 2024). O suficiente para impressionar o capitão do Panathinaikos, que não tem dúvidas: «O Pavlidis é visto como uma promessa do futebol grego.»
«É um jogador muito importante, é bom tecnicamente, tem uma grande relação com a bola e segura-a muito bem quando estamos a atacar e isso ajuda-nos muito», reforçou. Não sem antes esclarecer: «Durante algum tempo ele jogava sempre a titular na seleção, mas agora quem tem jogado mais é o Fotis Ioannidis» – avançado que esteve associado ao Sporting.
Quando questionado sobre a atitude e profissionalismo do ex-AZ Alkmaar, Zeca não hesitou: «É um profissional exemplar. Está sempre cheio de vontade de aprender, é muito respeitador e super tranquilo. Leva muito a sério o trabalho de ginásio e está sempre à procura de melhorar.»
«Além da capacidade técnica com bola e de a saber segurar e proteger, é um jogador que combina muito bem com os companheiros de equipa. Cria bastantes espaços, tanto para ele como para os colegas.», elogiou o companheiro de Seleção.
Por fim, o médio de 35 anos não tem dúvidas sobre o casamento Pavlidis – Benfica: «Eu acho que as características dele vão casar bem com o Benfica. É um jogador que gosta de ter bola, é muito bom em combinações, aparece bem na área...», começou por dizer. «Já está há algum tempo fora da Grécia, está nos Países Baixos e acho que vai ter uma adaptação rápida, mesmo sabendo que as adaptações nunca são fáceis... é preciso um tempo, mas penso que ele se vai adaptar bem ao futebol português», adiantou.
O médio luso terminou com uma certeza: «Vai ser uma mais-valia para o Benfica».
Será Vangelis Pavlidis capaz de resistir ao peso dos milhões e ser o goleador que os encarnados tanto carecem e necessitam?
