A memória mais marcante de Pedro Emanuel da longa viagem de regresso a Portugal é comum a praticamente todos os jogadores convocados para a final da Taça Intercontinental: Carlos Alberto. Um criativo dotado de extraordinários recursos técnicos, teve uma passagem breve, mas extremamente bem-sucedida pelos dragões. Entre os seus feitos, destaca-se o golo marcado na vitória por 3-0 sobre o Mónaco, na final da Liga dos Campeões, em Gelsenkirchen. Era também reconhecido pelo seu talento inato e capacidade de desequilibrar jogos nos momentos decisivos. Um espírito irreverente e dominado por uma incontrolável rebeldia.

«Foi uma viagem longa, estávamos muito cansados, e só me recordo desse som da pandeireta do Carlos Alberto, do ‘feijão’, como lhe chamávamos, a tocar no avião. Toda a gente já completamente rebentada e a querer descansar numa viagem de 14 ou 15 horas, e só me lembro de estar a tentar adormecer e ouvir aquela pandeireta e o riso do Carlos Alberto que dava vida a um moribundo», conta, revivendo essa jornada com nostalgia: «São boas recordações, coisas que eu posso contar aos meus filhos nestes dias que marcam essas conquistas.»