Pedro Soares Gonçalves é o atual selecionador de Angola. O técnico está no continente africano desde 2015.

Pedro Soares Gonçalves é o selecionador com maior longevidade em África, orientado a seleção de Angola desde 2019. O técnico deu uma entrevista ao Diario As, onde abordou o processo com a turma dos palancas negras:

«Sim, é um processo que estamos a viver há cinco anos com Los Palancas Negras, como é conhecida a seleção de Angola. Antes disso, estive dois anos com a equipa de formação. A nossa mudança foi em 2022. E passo a passo, em 2024 temos dez jogos sem perder… Quartos de final da última CAN. Ganhámos, 20 anos depois, o COSAFA, que é o campeonato dos países da África Austral. Todos estes são marcos importantes. Estamos também a desenvolver a nossa seleção nacional com jogadores de elite. O desafio é manter os pés no chão, porque em Angola e em África não é fácil. Em breve começam a sonhar».

O português falou das infraestruturas do continente africano:

«Atualmente, temos dois ou três estádios em boas condições. O maior, o estádio nacional de Luanda, foi restaurado. Temos bom calçado, boas condições, mas faltam infraestruturas para os treinos, porque estamos sempre a treinar em casa, porque temos de desenvolver ligações com os clubes. Hoje treinamos numa academia, amanhã noutro clube… Temos estas dificuldades. A nível interno, Angola também está a tentar desenvolver o futebol local. Neste momento há três clubes que chegaram à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos, portanto isso também é algo que reflete a nossa evolução, mas temos de melhorar porque é muito diferente da África do Sul, de Marrocos, da Argélia, do Egito…».

Pedro Soares Gonçalves revelou que uma presença de Angola no Mundial 2026 é um sonho para a toda a população:

«Queremos estar em todas as grandes competições. Felizmente, já participei em várias com Angola. Temos na nossa mente que é muito importante estar nas finais das grandes competições. O Campeonato do Mundo é o sonho de todos os angolanos, porque já lá vão quase 20 anos desde a única participação. Agora toda a população sente que é possível. O favorito no nosso grupo são os Camarões, que é a equipa africana com mais presenças no Campeonato do Mundo. Isso diz tudo. É um grupo muito equilibrado e vai ser uma luta tremenda. Não vai ser fácil, mas contem connosco para a luta, porque a nossa ambição é estar presente no Campeonato do Mundo de 2026».

O técnico revelou quem foram para si os melhores do ano, deixando de fora Lamine Yamal, mas considerando que vai vencer uma Bola de Ouro muito em breve:

«É muito equilibrado. Não sei. Bellingham, Vinicius, Rodri…, embora infelizmente esteja lesionado, mas fez uma época fantástica. Penso que ele vai continuar. Há muitos que estão a um nível muito equilibrado. Ainda assim, não será para um africano. Osihmen tem muitas capacidades, mas tem de mudar um pouco a sua mentalidade. É essa a minha perceção, pois nunca o treinei, mas como jogador ele é fantástico. Também é importante jogar nos grandes clubes. Real Madrid, Barcelona, Manchester City, Liverpool, Paris Saint Germain? É uma conjunção vital para alcançar o sucesso Lamine Yamal é uma escolha prematura. Em dois ou três anos chegará à Bola de Ouro».