O Dia dos Namorados foi há uma semana, mas no Minho o amor continua no ar. Sendo que o romance em que os arsenalistas se encontram mergulhados já é uma realidade desde o início de 2025. Ou seja, o 14 de fevereiro foi apenas… mais um dia no escritório.

A entrada em cena do presente ano civil foi como que o confirmar do relacionamento sério que os minhotos tinham vindo a assumir com as vitórias. O jantar foi servido no terreno do Benfica (2-1), logo no dia 4 de janeiro, e a partir daí foram dates uns atrás dos outros – Estrela da Amadora (1-0), Boavista (3-0), Moreirense (2-1) e Gil Vicente (2-0). E nem o empate no dérbi com o Vitória de Guimarães (0-0) feriu o clima de paixão dos guerreiros.

A mais recente noite de glamour culminou em nova conquista – a de três pontos – e quis o calendário que a febre de sexta-feira potenciasse um fim de semana cheio de planos cor-de-rosa: três noites no pódio da classificação.

Com honras de abertura da 23.ª jornada e aproveitando o facto de ser o FC Porto a encerrá-la – na segunda-feira, com a receção ao Vitória de Guimarães (os arsenalistas aceitarão de bom grado um presente dos vitorianos, com toda a curiosidade que isso acarreta, ou não estivéssemos a falar de dois eternos rivais…) -, o SC Braga, já com o triunfo no bolso, garantiu 72 horas (pelo menos) de paixão ardente na apelativa suite do 3.º lugar.

E fê-lo com competência. E até o podia ter feito com (mais) antecedência. A reserva acabou por ser mesmo confirmada, de forma inteiramente justa, mas a incerteza no destino era escusada. Porque os comandados de Carlos Carvalhal atestaram o depósito desde o início da viagem, mas demoraram a arrancar. Faltava o cinto de segurança – entenda-se, o golo. Que podia ter aparecido (muito) mais cedo.

Roger Fernandes (fica a dever uma consulta de oftalmologia a Arvin Appiah, tantas foram as vezes que lhe trocou os olhos…) deu o mote logo aos 4 minutos, mas Zé Vítor impediu o remate do jovem extremo dos bracarenses. A entrada forte dos da casa teve sequência segundos depois, com Ismael Gharbi a testar a firmeza do poste esquerdo da baliza à guarda de Lucas França. Mas o primeiro quarto de hora não terminaria sem que El Ouazzani e Paulo Oliveira voltassem a ameaçar o último reduto dos insulares.

Daniel Penha deu um raro sinal de vida dos forasteiros na primeira metade, mas Bright Arrey-Mbi foi competente a estorvar a ação do médio brasileiro (neste jogo convertido a… ponta de lança, apoiado por Dudu e Fuki Yamada, num 5x2x3 que teve Luís Esteves e Bruno Costa nas rédeas do miolo).

Quem continuava a espalhar brasas pelo corredor direito era Roger Fernandes. Sempre com estrada para andar e com um motor de alta cilindrada, o esquerdino voltou a chamar El Ouazzani à viagem, mas o marroquino nunca aproveitou a boleia. Pelo meio, Lukas Hornicek respondeu presente ao remate cruzado de Dudu (23’) – cenário que se repetiria aos 43’ - e Paulo Oliveira, pouco depois, impediu Zé Vítor de atirar a contar.

Até que o embrulho foi mesmo desfeito: Roger fez o convite e ao passe açucarado respondeu Gorby com o bilhete para o fim de semana… romântico.

A etapa complementar trouxe um Nacional mais subido e ousado, mas sem a clarividência necessária para ferir o adversário. Gharbi e Roger tentaram dar o carimbo final na viagem, tal como, depois, Gabri Martínez e Uros Racic, mas o pódio já estava (provisoriamente) garantido.

Resta aos bracarenses desfrutarem ainda mais desta história apaixonada e aguardarem pela gentileza… dos amigos vimaranenses.