
Portugal defronta a Dinamarca, este domingo, em Alvalade, na segunda mão dos quartos-de-final da Liga das Nações. A seleção nacional parte para o duelo decisivo em desvantagem, depois da derrota sofrida na visita ao Parken, em Copenhaga, por 1-0.
Este sábado, o selecionador nacional Roberto Martínez fez a antevisão da partida, na Cidade do Futebol.
Roberto Martínez em discurso direto
Considera colocar o lugar à disposição se falhar o apuramento: «A nossa exibição contra a Dinamarca foi uma má exibição. Mas foi contra uma equipa forte, que jogou muito bem. Gosto muito dos conceitos da Dinamarca, são agressivos, pressionam alto e gostam de colocar muita gente na zona central. O segundo jogo é em casa. Porquê em casa? Não é um sorteio. É porque ficámos em primeiro no grupo. Estamos a falar de uma seleção que ficou em primeiro lugar. Jogamos em casa, Alvalade está esgotado e são jogos que nós gostamos e temos orgulho em jogar. Utilizar os nossos adeptos é uma vantagem incrível.
Precisamos de melhorar muito, precisamos de fazer como na primeira parte com a Croácia e a segunda contra a Polónia. Esse é o nosso nível. Estamos a falar dos quartos-de-final da Liga das Nações. Queremos atingir a final four e esse é o objetivo.»
Sente pressão em relação ao futuro: «Comecei a treinar em 2007. Já perdi o cabelo e muitas coisas mudaram. Faz parte da minha posição. Estou aqui para ajudar com a minha experiência, tenho mais de 100 jogos internacionais. Quero o melhor para os jogadores e para Portugal. Tenho muita pressão, mas é interior. O desempenho com a Dinamarca não foi ao nosso nível e eu ponho a pressão máxima. Somos uma equipa muito fechada, muito forte. Temos o apoio de todos na Federação e agora temos de usar os nossos adeptos para vencer a Dinamarca. O adversário é a Dinamarca e não a pressão de fora.»
Possibilidade de jogar com alguém no apoio a Ronaldo: «Acho que durante os últimos 27 jogos já mostrámos isso. As nossas equipas são flexíveis taticamente. Jogámos com um ponta-de-lança, com dois pontas-de-lança... Contra a Eslováquia, jogámos com o Cristiano e com o Gonçalo Ramos. Já tivemos jogos também com o Diogo Jota a ponta-de-lança. Precisamos de usar as nossas valências em relação a cada adversário. Não é uma questão de falar do Cristiano Ronaldo em todos os jogos. Quando marca é o jogador mais importante da equipa, quando não marca é a idade... Não é uma avaliação justa.»
Surpreendido com as críticas dos últimos dias: «Vou ser muito honesto: não vejo, não leio nada. Não faria o meu trabalho bem. O meu trabalho é preparar os jogadores e avaliar o jogo em 72 horas. A crítica faz parte. Vou trabalhar ao máximo para atingir a final four, é o objetivo. Preciso de avaliar a atitude e o compromisso, que são exemplares nesta seleção. A única coisa que exijo é dentro de portas e não fora delas. Nos últimos 27 jogos vi uma equipa muito comprometida. Estamos a crescer e o objetivo é tentar apurarmo-nos para a final four.»
Atitude: «Um aspeto é a atitude, um aspeto emocional, de compromisso e de trabalhar bem. Os nossos jogadores fazem isso exemplarmente. Outra coisa é que nas seleções, pela minha experiência, a distância entre o estágio de novembro e o estágio de março mostra falta de comunicação, de sincronização tática. Foi um jogo onde a Dinamarca jogou de forma muito intuitiva, com os adeptos e de forma muito rápida. Não tivemos agressividade para acompanhar isso, faz parte do desempenho de uma equipa. No ano passado, contra a Eslovénia, aconteceu o mesmo. Mas a crítica aí falava de um jogo amigável, só que foi a mesma coisa. Estamos a trabalhar para atingir o nível do jogo contra a Polónia e a primeira parte do jogo contra a Croácia.»
Estratégia: «É importante que sejamos nós mesmos. Não mostrámos a nossa identidade. Com bola, não criámos superioridades numéricas por dentro nem chegámos ao último terço. Amanhã é um dia muito importante. O Bernardo Silva pode fazer 100 internacionalizações. A experiência de um jogador como ele é essencial. Vai ajudar muito ao nosso desempenho amanhã.»
Portugal não tinha de jogar melhor do que joga? «Nós queremos a perfeição, mas o futebol não é isso. Tivemos jogos muito completos, muito bons, e tivemos momentos mais difíceis. Fizemos dez vitórias no apuramento, o que é histórico. No Europeu, o nosso jogo contra a França foi o melhor jogo que fizemos. Agora tivemos um mau desempenho e perdemos, mas fomos primeiros do grupo e temos uma segunda mão em casa. Leitura positiva ou negativa... é como quiser. Eu acho que a equipa está sempre preparada, muito competitiva e a dar tudo. Precisamos de ganhar, atingir a final four é importante. Ficámos à frente da Croácia e a Croácia ganhou à França. A Espanha empatou com os Países Baixos... no futebol de seleções não existe uma realidade onde uma equipa ganhe todos os jogos.»
Bernardo Silva: «Sim, precisamos de gerir os jogadores da melhor forma. Ele vai estar no onze. É uma marca na carreira do jogador. Precisamos do melhor Bernardo e Alvalade precisa de ser uma festa antes do jogo para celebrar a carreira e o que o Bernardo está a dar à seleção.»