
Afinal, a Rússia não rejeitou o cessar-fogo para o conflito na Ucrânia. Vladimir Putin, presidente russo, falou em conferência de imprensa após um encontro com o líder da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e contrariou o seu assessor de segurança, que horas antes tinha dito que não era do interesse da federação aprovar o cessar-fogo, porque isso só iria permitir que a Ucrânia se reagrupasse, numa altura em que parece estar a ceder território.
Ainda assim, Putin colocou várias reservas a um possível acordo, dizendo que a ideia do cessar-fogo, após proposta dos Estados Unidos, «é boa» e tem o apoio da Rússia, «mas há assuntos que têm de ser discutidos». «Quem dará as ordens para o fim das hostilidades, e quanto é que essas ordens valerão?», questionou, perante jornalistas russos.
O presidente russo colocou dúvidas, igualmente, sobre quem decidiria se houve «uma violação do possível acordo de cessar-fogo» numa fronteira entre Rússia e Ucrânia que se estende por mais de dois mil quilómetros. «Todas estas questões têm de ser estudadas a fundo pelos dois lados», avisou, admitindo a necessidade de negociar «com os colegas e parceiros norte-americanos» e deixando no ar a possibilidade de falar ao telefone com Donald Trump.
«Apoiamos a ideia de terminar este conflito de forma pacífica. Somos a favor dum cessar-fogo, mas há nuances», defendeu, reforçando a ideia de que a prioridade é conseguir «uma paz duradoura» que «retire as causas subjacentes a esta crise».
Putin agradeceu ainda a Trump por dar «tanta atenção» a obter uma solução para o conflito entre Ucrânia e Rússia e confirmou que vai receber ainda esta noite o enviado-especial dos Estados Unidos a Moscovo, Steve Witkoff, à porta fechada.