Depois de períodos de dominação extrema de Basileia (octocampeão entre 2010 e 2017) e Young Boys (sete títulos nos últimos oito anos) desde 2009, a presente edição Liga Suiça tem sido tudo menos previsível. A oito jornadas do fim da fase regular, quatro equipas estão empatadas com 42 pontos no topo da classificação e as primeiras oito posições estão separadas por apenas seis pontos.

Ná liderança do Campeonato por apresentar a melhor diferença de golos está o Basileia, de volta à melhor forma. Depois de ter ter ficado de fora da fase de campeão na temporada passada, após um desapontante nono lugar, a equipa onde milita o português Romário Baró, tem voado esta época nas asas do filho pródigo.

Doze temporada depois de ter saído rumo ao Bayern Munique, Shaqiri regressou casa com um palmarés recheado com, entre outros troféus, duas UEFA Champions League e dois Mundiais de Clubes. As vinte contribuições para golo (nove golos e onze assistências) do criativo de 33 anos, aliadas à temporada de sonho do jovem avançado espanhol Kevin Carlos justificam o regresso à luta por títulos.

Em segundo lugar surge o Lugano onde desponta o antigo defesa-esquerdo do Sporting Martim Marques. Depois de uma travessia no deserto na segunda divisão suiça, voltou ao principal escalão em 2015/2016 e foi cimentando o seu estatuto tanto internamente, com a conquista da Taça da Suiça em 2021/2022, como na Europa, onde está a disputar os oitavos de final da UEFA Conference League esta época.

Depois de conquistar um terceiro lugar em 2022/2023 e um vice-campeonato na época seguinte, o Lugano espera voltar a subir um lugar e conquistar o primeiro campeonato suiço desde 1949. Aos 33 anos, Renato Steffen, antigo jogador do Basileia e do Young Boys, é o principal destaque com 13 golos marcados.

O último lugar do pódio é ocupado pelo Luzern, que, apesar de militar no primeiro escalão suiço há vinte anos, raramente tem sonhado com algo mais do que uma posição confortável na tabela, sendo que em 2021/2022 lutou pela manutenção num playoff de despromoção. Três temporadas depois, com o mesmo treinador que garantiu a salvação, o céu é o limite para uma equipa que não conquista o campeonato desde 1989.

Na cauda dos líderes, está o Servette, que, ao contrário dos concorrentes trocou de treinador do início da temporada. Thomas Haberli, antigo selecionador estónio, comanda uma equipa que perdeu frente ao SC Braga na 3.ª pré-Eliminatória da Europa League. Num clube habituado a contar com atletas lusos (Pedro Mendes, Roderick, ou Joana Marchão, no feminino), começa a aparecer o luso-suiço de 18 anos Keyan Varela que marcou na última partida.

As três vitórias seguidas do Servette na Liga, uma das quais, frente ao rival Basileia (2-1), fazem da turma de Haberli a principal candidata à vitória final.

Curiosamente o Young Boys, que tem dominado os últimos oito anos do futebol suiço, corre por fora, mais perto dos lugares que dão acesso ao grupo que vai lutar pela manutenção (um ponto), do que do topo da tabela (cinco).