O triunfo alcançado pelo Estrela da Amadora sobre o Nacional, este domingo, permitiu deixar os lugares de despromoção e aumentar o pecúlio de vitórias na Liga, que ascende agora a duas, e ambas conseguidas já com José Faria enquanto treinador principal. Dois triunfos importantes que proporcionam uma avaliação positiva ao trabalho do líder dos tricolores, que de interino rapidamente passou a definitivo e mereceu elogios de quem bem o conhece, como João Eusébio.
«Há aquilo que somos dentro e fora de campo, o Zé era um líder nato. Os atletas percebiam o que se pretendia, a personalidade de campo era tão forte que o atleta sentia que estavam todos no mesmo sentido. O Zé, já nessa altura, denotava uma liderança muito forte, em que conseguia trabalhar muito a motivação dos atletas, era alguém disponível para ouvir, mas também para ensinar. Ele tinha uma liderança vincada, não por chefia, mas por conhecimento de causa», revelou o antigo coordenador.
Os dois conviveram no Leixões – João Eusébio como coordenador de formação e José Faria como treinador da equipa sub-23 antes de passar a diretor desportivo na Reboleira, onde regressou às funções de treinador - algo que não surpreende João Eusébio. «O Zé tem uma capacidade de adaptação muito grande, não estou surpreendido porque sei o conhecimento e as valências que ele tinha. É uma aposta forte do presidente Paulo Lopo, o trabalho dele tem corrido bem e os números assim o ditam», constata.
«No futebol, as coisas mudam rapidamente, um diretor desportivo pode ser treinador e vice-versa, no futebol o conhecimento é muito abrangente. O treinador, além de ter as suas ideias de jogo, também tem uma capacidade para gerir o futebol. O Estrela é um clube histórico e o presidente conseguiu com que o clube começasse a estar na ribalta. A escolha do Zé surge porque o presidente o conhece e reconhece competências nele, o presidente fez uma aposta firme nele», verificou.
Para Eusébio, o mérito está na adaptação. «O Estrela tinha sofrido golos em todos os jogos e agora não sofre, já é um bom indicador. Todos os treinadores têm de ter uma ideia de jogo, cada um adapta as ideias em função do contexto e da cultura desportiva em que está inserido. O Zé é inteligente, adaptou-se a um contexto. Ele coloca-se ao nível dos jogadores, é muito humilde e consegue motivar os jogadores. Percebeu que a massa adepta pretendia um futebol mais pragmático e intenso e conseguiu-o», elogiou.
«Conseguiu transmitir uma ideia de confiança, passou mística ao clube. É alguém audaz, está a lançar jovens jogadores para o mais alto nível. Ele não liga à idade, nem ao estatuto, para ele joga quem tem qualidade», conclui o antigo treinador, de 62 anos.