É já esta quinta-feira que Martín Anselmi realiza o primeiro jogo no banco do FC Porto, em Belgrado, diante do Maccabi Telaviv, um desafio relativo à última jornada da UEFA Europa League. O técnico argentino projetou o encontro esta quarta-feira, pouco depois da chegada da comitiva portista a solo sérvio, na sala de imprensa do Estádio do Partizan.
- Que balneário encontrou nestes dias?
- Encontrei um grupo com muita vontade de aprender, muito predisposto, muita vontade de trabalhar nestes dias de treinos que tivemos juntos. Não foram muitos, mas foram intensos, um primeiro dia de recuperação, tentámos já incorporar algumas matrizes no 2.º treino e dar alguns conceitos, focámos mais a parte defensiva. É pouco tempo de preparar um jogo, mas é o que temos. Primeiro objetivo é ser equipa competitiva, ir em busca do adversário, cuidar da bola, recuperá-la rápido quando não a tiver e pensar sempre nos 3 pontos.
- Uma das falhas que lhe apontam na imprensa internacional é a forma como lida com a pressão...
- Temos três anos como equipa técnica e seis finais. No primeiro torneio na Liga mexicana, chegámos à final, e na Liga equatoriana também. Conquistámos quatro títulos no Independiente. Não sei de onde vem essa crítica. Gerar pressão é defender as cores do FC Porto, do Cruz Azul, e jogar uma final no Maracanã... Se calhar, é preciso mudar a fonte de informação
- Como analisa a contratação de William Gomes?
- Estamos focados no jogo de amanhã. Depois falamos sobre jogadores novos.
- Como é que encontrou Galeno, depois do último jogo no qual falhou dois penáltis?
- É futebol... Tudo pode acontecer. Evidentemente, ninguém gosta de falhar um penálti ou um golo... Estamos expostos a isso. É futebol e somos profissionais. A partir daí, ao entender que temos de conviver com situações incómodas, temos de ficar confortáveis nessas situações. É um grande jogador, um grande rapaz. O que aconteceu, aconteceu. Temos de estar no presente. O que se passou, não podemos controlar.
- Ofensivamente, dá maior liberdade aos jogadores?
- Creio que, globalmente, temos jogadores que representam e vestem a camisola do FC Porto. Depreende-se que são bons jogadores, e esses sabem jogar. A parte defensiva é mais controlável, porque depende muito da concentração, de estar preparado para saber o que faz o rival, de estar em jogo em cada ação e saber o que fazer, se é preciso marcar, sair na pressão, estarmos juntos... Depende mais de uma questão de ordem. A parte ofensiva, por outro lado, depende de como defende o rival. Nós, enquanto equipa técnica, gostamos muito da fase ofensiva, trabalhamos muito nela e demos várias soluções aos jogadores, em função do que o rival pode fazer. Temos jogadores capazes de atacar bem o adversário. Aos poucos, vamos conseguir incorporar a nossa filosofia e o nosso modelo. Confiamos que os jogadores estão totalmente capacitados para se impor perante a baliza adversária.
- Com poucos treinos, trabalhou mais a parte motivacional?
- Creio que, obviamente, nesse sentido, ao chegar a um clube, encontramos coisas novas e cabe ao treinador analisar a sua equipa nesse contexto. Começámos agora. Não tenho muito a dizer nesse sentido... Temos de ter um único objetivo, que é competir. Vestir as cores do FC Porto é uma motivação. Fazer bem as coisas e estar presente no campo é o mais importante. Isso convida-nos a ser melhores. O que procuramos é ser melhores do que ontem, todos os dias. Vários parâmetros visíveis dizem se estamos a ser melhores.
- Sentiu o grupo algo revoltado emocionalmente?
- Encontrei um grupo forte, que treina com muita intensidade, muito predisposto a trabalhar. Encontrei um grupo sério, que quer ser melhor. Estamos preparados para o jogo de amanhã, onde não nos pode faltar a intensidade, partilhar esforços, lutar por cada ação até ao fim