Cinco vitórias, três empates e duas derrotas: era este era o registo de Chelsea e Arsenal à entrada para a 11.ª jornada da Premier League, em que os gunners fizeram a curta deslocação até Stanford Bridge.

Depois de ser vice-campeão nas últimas duas épocas, o emblema do norte de Londres tem visto a exigência dos adeptos a subir, tendência que não se deverá inverter até o almejado título ser conquistado. Já os blues, começam finalmente a mostrar sinais de que os (incontáveis) milhões investidos não foram um total desperdício, com um futebol com qualidade superior à das últimas épocas e com Cole Palmer como principal figura.

O histórico de confrontos dava vantagem aos arsenalistas, que venceram 40% dos derbies londrinos. No entanto, se nos focássemos apenas nas últimas 20 temporadas, a tendência invertia-se (muito graças à “era Abramovich”), com o Chelsea a deter 22 vitórias contra 16 do Arsenal.

O regresso à titularidade de Martin Ødegaard era um dos principais pontos de interesse do jogo, uma vez que a organização ofensiva do Arsenal tinha acusado de forma notória a sua ausência.

O Chelsea começou o encontro com mais posse de bola e Palmer a importunar David Raya logo ao terceiro minuto de jogo, com um remate de longe que o guarda-redes espanhol afastou para canto. Aos 24 minutos, Malo Gusto não aproveitou um cruzamento teleguiado de Pedro Neto, que já tinha feito um trabalho notável a desorientar Ben White, no lado esquerdo do ataque dos blues.

A principal oportunidade do Arsenal foi protagonizada por Martinelli (em recarga a um remate de Saka) e negada por Robert Sánchez. Apenas cinco minutos mais tarde, a defesa do Chelsea foi apanhada a dormir na cobrança de um livre e Kai Havertz finalizou com tranquilidade, mas acabou por ver o VAR anular o lance por posição irregular.

Nos minutos finais da primeira parte, o jogo tornou-se algo quezilento e os lances de perigo escassearam. No geral, uma abordagem cautelosa por parte de ambos os conjuntos “fechou” o encontro e parecia necessária uma nova abordagem ou um rasgo de criatividade. Dois livres de Cole Palmer, a partir de posição perigosa, pareciam promissores, mas acabaram na barreira vermelha.

Os gunners mostraram-se algo apáticos no início do segundo tempo, dando a iniciativa ao adversário e criando muito pouco. À hora de jogo, e contra a corrente do jogo, a magia de Ødegaard finalmente surgiu. O norueguês colocou a bola por cima da linha defensiva do Chelsea e Gabriel Martinelli finalizou ao primeiro poste, com pouco ângulo e culpas para o guardião Robert Sánchez.

Aos 70 minutos, o empate surgiu com sotaque português. Pedro Neto tinha acabado de se mudar para o flanco direito, com a saída de Madueke, e desferiu um remate potente de pé esquerdo, à entrada da área, que não deu hipóteses a Raya.

Mesmo ao cair do pano, Trossard não chega por pouco ao cruzamento de Saliba e Arteta vai ao relvado em desespero, apesar da bandeirola estar levantada a assinalar posição irregular.

A igualdade a um golo manteve-se até ao fim e as duas equipas londrinas marcaram passo, numa altura em que aproveitar os deslizes do atual campeão era fundamental. O Liverpool teve assim mais uma jornada muito favorável, distanciando-se ainda mais no topo da tabela.

O regresso de Ødegaard (em bom nível, mesmo após a longa paragem) foi o principal ponto positivo que Mikel Arteta pôde retirar desta partida. Enzo Maresca, por sua vez, tem em Moisés Caicedo um verdadeiro motor no meio-campo e um vasto leque de jogadores com capacidade para desequilibrar qualquer encontro, estando Pedro Neto claramente incluído nesse lote.