O presidente do Sporting apresentou, esta quinta-feira, Rui Borges, o oitavo treinador desde que assumiu a presidência do clube. Antes de falar do novo líder da equipa, Varandas teceu palavras fortes de agradecimento a técnico que saiu.

«Gostava de deixar uma palavra especial a João Pereira. Entrou num momento que todos nós conhecemos, num desafio extremamente complicado. Nós, Sporting, e o João chegamos à conclusão que não correu bem. Sabíamos das dificuldades, sabíamos do nosso choque emocional brutal pela saída do Ruben Amorim. João Pereira experienciou a Lei de Murphy, teve uma onda de lesões que eu nunca tinha visto enquanto presidente, contou com arbitragens infelizes que prejudicaram a carreira do treinador num momento crucial. A opção, nessa altura, foi lógica, tendo em conta que conhecia o clube e os jogadores. O grande problema é que João Pereira não pôde ser o João Pereira. Tinha de se adaptar e fazer com que uma máquina montada continuasse a trabalhar. Fosse João Pereira ou outro treinador, ia passar por isso», começou por dizer.

O ex-técnico continuou a merecer palavras de conforto: «Não me interessa o que vão dizer de fora. Não me interessa o que vão dizer de fora. O que me importa, sim, é o que posso fazer e dar força a alguém que vai aceitar um desafio tremendo. Interessa muito mais a comunicação interna do que externa. É assim que sou e assim serei até ao meu último dia como presidente do Sporting. Fico triste, porém, de não ter ajudado mais o João Pereira. Desejamos todas as felicidades e não temos dúvidas de que terá o seu devido sucesso. Sobre o caráter: quando me sentei com o João Pereira para negociar a sua rescisão, não quis nem um cêntimo dos dois anos e meio de contrato. Apenas me disse: 'este clube deu-me tudo e jamais terá de pagar o que quer seja'. Esta nobreza de caráter diz muito do que é o João Pereira. Página virada, viramos para o futuro.»

Seguiu-se, depois, a explicação para o novo treinador escolhido: «Rui Borges, um treinador que já tínhamos no radar há mais de um ano. Alguém que subiu a pulso, começou no Mirandela e esteve em projetos cada vez mais exigentes. No Moreirense chamou-nos à atenção. No Vitória SC também realizou um excelente trabalho. Um homem que lidera pelo exemplo, que lidera pelo simples discurso. Competência não desejo, mas sim apenas sorte. O Sporting está em todas as frentes que pode estar.»