Na antevisão ao Clássico, Vítor Bruno, técnico do FC Porto. destacou as valências do adversário, mostrando consciência de que será um jogo teoricamente difícil para os dragões. No entanto, o técnico de 41 anos garantiu que o clube, tal como é seu apanágio, só vai ficar satisfeito com a conquista dos três pontos na Luz.

Os condimentos para a vitória: «Num jogo com o grau de dificuldade que todos os jogos na Luz encerram, não só para nós, como para o próprio adversário... São jogos em que temos pouco tempo para preparar. Já falámos dessa questão, mas não nos vamos escudar nisso. Nesses jogos o vínculo emocional acaba por ultrapassar pequenos constrangimentos. Há sempre a questão do detalhe, do talento... Temos de estar organizados e ser intensos. Temos de ser ser uma equipa verdadeiramente à FC Porto e procurar fazer o que temos de fazer, acrescentando mais uma vitória e continuando o nosso caminho.»

Os resultados menos positivos na Europa: «Não jogamos para responder a ninguém, jogamos para responder a nós próprios. Queremos ser cada vez mais sólidos, e esse espírito de conquista vai estar presente amanhã, não tenho dúvidas, até porque os jogadores, em cima de uma agonia terrível, que foi forma como perdemos, que me pareceu demasiado cruel, em Itália, a resposta que me deram é a de quem tem caráter e traço do FC Porto vincado. Deixa-me absolutamente descansado. É um jogo com grau de dificuldade elevado, pelo adversário e pela paixão que alimenta. O adepto do FC Porto gosta de jogar este tipo de jogos, e é importante para nós. Queremos dedicar uma vitória forte, bem feita, para que possam vir de sorriso na cara de Lisboa para o Porto, ao contrário do que aconteceu em Itália, de forma injusta e cruel.»

Menor tempo de recuperação face ao rival: «É sempre um constrangimento, mas tentamos minimizá-lo ao máximo, levando-o para o campo da energia, procurando levar tudo para cima dos processos de recuperação. Agora, é o que é. Filtramos ao máximo a informação que temos de passar aos jogadores e priorizamos o que é mais importante. A partir daí, é seguir viagem e canalizar todo o nosso pensamento para um único momento, que é ganhar amanhã. É isso que temos de fazer, sabendo que as condições não são as ideais, mas é o que é. O futebol também tem esta vertente menos equilibrada, mas não nos vamos agarrar a isso. Vamos jogar para ganhar.»

Vítor Bruno e a falta de margem para errar: «A margem de erro para um clube como o FC Porto é sempre zero, é sempre ganhar ou ganhar. Esta época tem dados diferentes da passada, mas não podemos ignorar que estamos à décima jornada. Um campeonato não tem 11 jornadas, tem 24. O passado diz-nos que não foi no confronto entre 'grandes' que o campeonato se decidiu, pelo contrário. É um jogo aliciante para toda a gente, que o FC Porto quer muito jogar, ainda para mais, vindo de uma derrota. Queremos muito passar por cima disto no sentido de dar nova vida aos jogadores, fazê-los sentir bem. Agora, olhar para o produto final sem o jogar é o primeiro erro que podemos cometer. Queremos chegar lá, jogar e competir. O que alcançarmos será resultado do que fizermos em jogo. Temos de jogar para ganhar, depois, o ganhar terá de ser consequência do que fizermos em campo.»