Uma camisola feita a partir de fibras de banana ou ananás pode parecer exótico mas, entre as mais inovadoras empresas têxteis nacionais, não é novidade. Em Santo Tirso, na A. Sampaio & Filhos, já se fizeram malhas a partir de colchões velhos, e, daqui a poucos anos, é possível que a roupa que vestimos seja feita de bactérias ou de desperdícios alimentares.
Miguel Mendes, é neto do fundador de uma empresa que vai já na quarta geração, e que, diz, nasceu com a inovação no ADN. “Antes do ano 2000 já tínhamos toda a nossa empresa informatizada”, “fomos os primeiros fabricantes de poliéster bioactive, um poliéster que evita a reprodução das bactérias que produzem o mau cheiro, “a nossa primeira linha organizada de produtos sustentáveis é de 2007, quando nos perguntavam porquê”, e por aí adiante
Com formação em Engenharia e Gestão Industrial, fala em “agricultura regenerativa”, “rastreabilidade”, em não cansar os solos e os campos, em “compliance”, preocupações que, dando trabalho, também dão dinheiro. “É possível ter negócios sustentáveis com produtos perfeitamente sustentáveis. É um equilíbrio que pode ser complexo, mas é possível”, garante.
Com quase 200 funcionários, a empresa trabalha com marcas que vão da moda ao desporto, passando pela saúde e pela proteção laboral. Com segredos industriais para respeitar, sempre vai dizendo que, daqui a cinco anos, poderemos vir a ter fibras feitas a partir de “quase nada”. Quase nada são “bactérias, desperdícios alimentares”.
Por estes dias a empresa lançou, em parceria com empresas têxteis europeias, uma camisola feita de fibras de colchões velhos. E, daqui a uns meses, entrará no mercado uma gama para e-gamers (videojogadores, em português).
Porque é que um e-gamer precisa de roupa especial? Pode ouvir a resposta na Liga dos Inovadores.
O podcast que nos conta o que de inovador e diferenciador está a ser feito pelas empresas em Portugal. Na “Liga dos Inovadores”, Elisabete Miranda e Pedro Lima conversam com gestores, diretores e profissionais que nos contam histórias que conquistaram o mercado e vão contribuindo para a transformação económica do país e da sua imagem. Falam-nos das vitórias que os trouxeram até aqui, mas também das ansiedades, dos concorrentes que invejam, dos gestores que admiram, dos profissionais que têm e dos perfis que precisam de contratar. Todas as semanas, às quartas-feiras.