
O antigo líder da EY no Reino Unido, Steve Varley, e a ex-diretora de operações da PwC, Marissa Thomas, estão a lançar uma nova consultora, com apoio de capital privado, com o objetivo de atrair clientes e parceiros britânicos das Big Four (Deloitte, PwC, EY e KPMG).
Segundo avança o Financial Times nesta quinta-feira, a nova empresa terá um apoio financeiro de até 300 milhões de dólares do grupo de capital privado Warburg Pincus.
Steve Varley será presidente e Marissa Thomas assumirá as funções de diretora-executiva.
Ambos apresentam este novo projeto como uma alternativa às Big Four, oferecendo serviços de fiscalidade e contabilidade, consultoria tecnológica e aconselhamento em fusões e aquisições a diretores financeiros no Reino Unido. A Unity não terá uma área de auditoria, evitando assim o escrutínio regulatório intenso e os procedimentos de conformidade complexos que normalmente afetam esse ramo, avança o jornal.
“Os CFO estão recetivos a uma nova proposta,” disse Varley ao Financial Times. “As Big Four são excelentes prestadoras de serviços, mas há procura por uma proposta que seja extremamente centrada no cliente, com custos administrativos reduzidos, liderada por IA em vez de infraestruturas antigas e, acima de tudo, sem conflitos.”
O apoio de até 300 milhões de dólares por parte da Warburg Pincus sublinha a crescente influência dos investidores financeiros num setor de serviços profissionais que, tradicionalmente, era dominado por modelos de negócio de propriedade partilhada entre sócios.
Steve Varley deixou a EY no final de 2023 e é atualmente presidente do escritório de advogados DWF Group, que também tem financiamento de capital privado. Marissa Thomas passou 31 anos na PwC, onde liderou as áreas de consultoria em fusões e aquisições e de fiscalidade no Reino Unido, antes de se tornar diretora de operações.
A nova consultora irá recrutar profissionais com experiência nas Big Four e irá focar-se em empresas de média dimensão.
Por sua vez, David Reis, diretor-geral da Warburg Pincus, afirmou que a Unity será “um novo tipo de plataforma que desafia o status quo na forma como os CFO e as equipas financeiras são servidos”, sublinhando que existe “uma oportunidade substancial de disrupção no mercado”.