"A Repsol encarna tudo o que nós queremos construir no futuro para a economia portuguesa: tecnologia, engenharia, valor acrescentado, condições competitivas e diferenciadoras, internacionalização", disse Pedro Reis durante uma vista à Repsol Polímeros, na zona industrial de Sines.

"Tudo o que pudermos fazer para acelerar este vosso investimento e trazer mais investimento, cá estaremos. E temos consciência que isso se faz na prática, através de uma fiscalidade mais competitiva. Estamos a trabalhar para isso, em termos transversais e em termos direcionais", acrescentou Pedro Reis, assumindo que o governo pretende tornar os processos de licenciamento mais ágeis.

Para o presidente da Repsol, Antonio Brufau, a aposta na petroquímica de Sines representa "uma grande oportunidade, mas também um enorme desafio para a empresa e para a economia portuguesa e ibérica".

"Nos últimos anos, alinhada com os objetivos climáticos, energéticos e de economia circular do Estado português, a Repsol tem realizado investimentos muito significativos no país, do qual é um exemplo a expansão deste complexo industrial de Sines, onde estamos a desenvolver duas novas fábricas, de produção de polímeros 100% recicláveis, que estarão em funcionamento durante 2026, e que que irão contribuir não só para o dinamismo económico da região, como também para avançar nas metas de descarbonização de Portugal", frisou.

O governo português e a Repsol Polímeros assinaram em outubro de 2021 um contrato de investimento de 657 milhões de euros, com incentivos fiscais até 63 milhões de euros, para a construção de duas fábricas, cada uma com uma capacidade de 300.000 toneladas de polímeros recicláveis por ano.

Os polímeros biodegradáveis, que podem ser decompostos naturalmente, característica que os diferencia dos polímeros convencionais e que reduz os impactos ambientais, são aplicados em embalagens, na agricultura e produtos descartáveis.

Segundo a Repsol, as duas fábricas, que deverão estar em funcionamento em 2026 e que são as primeiras do género a serem instaladas na Península Ibérica, vão gerar 75 postos de trabalho diretos e mais de 300 indiretos e deverão ter um grande impacto na economia portuguesa.

De acordo com uma estimativa da AICEP Global Parques, entidade gestora da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), o impacto das duas fábricas da Repsol poderá ser na ordem dos mil milhões de euros por ano, através da substituição de importações, novas exportações e de novas potencialidades para a indústria transformadora portuguesa.

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