
“A Cimpor tem desempenhado um papel central no desenvolvimento de Portugal”. A convicção é do chairman da Cimpor Global Holdings, Suat Çalbiyik, durante a apresentação do novo investimento de 155 milhões de euros que a cimenteira tem no terreno na unidade de produção de Alhandra. Este valor será canalizado para a modernização do Forno 7 e da criação de um Centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D), reforçando assim a aposta na descarbonização e na inovação.
Durante a intervenção Suat Çalbiyik justificou a importância estratégica da empresa já com 130 anos de existência, cujo acionista é a TCC Group Holdings, ao lembrar que “desde 2019 os nossos investimentos ultrapassam os 1,7 mil milhões de euros. Fomos ainda mais longe. Transformámos uma estrutura de dois países numa organização global”.
O chairman da Cimpor Global Holdings detalhou que “em 2018 operávamos em Portugal e Cabo Verde, com cerca de 1800 colaboradores. Hoje somos o terceiro maior grupo do mundo. Um líder global do setor, com oito mil colaboradores em 14 países espalhados por três continentes, com capacidade para produzir 112,5 milhões de toneladas de cimento por ano”.
Suat Çalbiyik reiterou que a empresa acredita “no potencial de Portugal, acreditamos nas suas gentes. Acreditamos no seu papel estratégico para uma indústria sustentável”.
O CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde, Cevat Mert, realçou que os dois projetos em Alhandra serão “um farol para a inovação e sustentabilidade para as indústrias do cimento e da construção, servindo Portugal e as geografias da Cimpor em todo o mundo”. Cevat Mert realçou que vê “o novo centro de I&D como um hub de investigação de ponta, focado nas prioridades-chave para a nossa indústria e planeta”.
“A apresentação destes dois projetos é um momento importante para nós porque evidencia os progressos que levámos a cabo desde que apresentámos o nosso plano de investimento na modernização dos nossos centros de produção. Por outro lado, o futuro centro de R&D é também um sinal da nossa crença no talento português, na força do seu tecido industrial e no papel que Portugal pode desempenhar na transformação do setor da construção por toda a Europa”, salientou o CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde.
O novo Centro de I&D da cimenteira, que irá criar 100 postos de trabalho, terá a missão de ser um polo de inovação em construção sustentável, ciência de materiais e transformação digital, com o objetivo de ser um hub de desenvolvimento de soluções que minimizem o impacto ambiental da construção e contribuam para um futuro mais sustentável. O edifício incorporará cimento verde à base de argila calcinada que irá permitir reduzir as emissões de CO2 e vai contribuir para a diminuição da extração de recursos naturais.
A apresentação dos dois projetos ditou a última aparição oficial do ministro da Economia, Pedro Reis, num evento ligado a empresas. O governante sublinhou que, perante este “novo mundo” a que estamos a assistir faz sentido que Portugal e Europa “apostem ainda mais na reindustrialização verde” e em novas parcerias que assegurem a autonomia e soberania e que trazem novos mercados de exportação e internacionalização. Pedro Reis manifestou a convicção de que o grupo Cimpor “pode ajudar a trazer para Portugal ainda mais parceiros e fornecedores e funcionar como embaixador de outros players e grupos”. Por isso, deixou um desafio em jeito de recomendação a quem se seguir na liderança do país, depois das próximas eleições de 18 de maio, dizendo que “é na aposta através de parcerias como estas que se pode construir ainda mais e densificar cadeias de valor”.