As amortizações antecipadas de crédito à habitação totalizaram 10,2 mil milhões em 2024, menos 400 milhões de euros do que em 2023, divulgou o Banco de Portugal nesta terça-feira.
Segundo o banco central, as amortizações antecipadas de crédito à habitação “mantiveram-se elevadas” em 2024 ao ascenderem a 10,2 mil milhões de euros, ainda assim menos 400 milhões de euros do que em 2023 (ano em que duplicaram face aos 5,5 mil milhões de euros amortizados em 2022). As amortizações antecipadas totais (que incluem quer os contratos finalizados por amortização da dívida quer a consolidação de créditos e as transferências de crédito) representaram 87% das amortizações antecipadas no ano passado.
Nos últimos anos, com o aumento das taxas de juro a agravar o valor dos empréstimos, muitos clientes decidiram usar poupanças para amortizar antecipadamente créditos (parcial ou totalmente) poupando assim no valor a pagar em juros. Desde 2022, há uma medida temporária que proíbe os bancos de cobrarem a comissão por reembolso antecipado de crédito à habitação a taxa variável. Esta medida foi prorrogada pelo parlamento para este ano.
A associação de defesa do consumidor Deco defendeu em janeiro, em entrevista à Lusa, que esta medida deveria ser definitiva (vigorar para sempre) e não temporária.
O regulador e supervisor bancário divulgou também que os novos créditos à habitação (que incluem renegociações) totalizaram 17,6 mil milhões de euros em 2024, mais 34% do que em 2023, o valor mais alto desde o início da série (dezembro de 2014).
A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação passou de 4,19% em dezembro de 2023 para 3,20% em dezembro último. Portugal tinha a sétima taxa de juro média mais baixa, abaixo da média da área do euro (3,35%).
Nos novos créditos à habitação, o peso das novas operações a taxa mista (parte inicial do contrato de crédito com taxa fixa e o restante com taxa variável) cresceu de 66% em dezembro de 2023 para 74% em dezembro de 2024. No total do ‘stock’ dos créditos à habitação (créditos novos e antigos), a taxa mista representava 33% do total em dezembro passado.
Ainda em 2024, a prestação média mensal do total dos créditos à habitação (novos e antigos) baixou oito euros, ao passar de uma prestação média de 422 euros em dezembro de 2023 para 414 euros em dezembro de 2024.
Segundo o Banco de Portugal, se fossem apenas considerados os contratos comuns a dezembro de 2023 e a dezembro de 2024 (isto é, excluindo o efeito de novos contratos e de contratos finalizados), a redução da prestação média mensal teria sido de 25 euros em 2024. Contudo, como os novos contratos de crédito à habitação têm uma prestação média superior, a queda total foi de apenas oito euros.
Agência Lusa