Ainda assim, o valor permanece destacado como sinal da recuperação global depois da pandemia de covid-19.
O Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano sofreu uma queda abrupta em 2022, perdendo um quinto do valor (-20,8%, dados atuais do INE), acompanhando o recuo global causado pelo impacto na saúde pública e pelas restrições à circulação impostas pela pandemia.
Segundo os números atualizados do INE, em 2021, a economia do arquipélago cresceu 7% e em 2022 subiu 15,8%.
Do lado da procura, esta evolução de 2022 é explicada, "sobretudo, pelo aumento das despesas de consumo final das famílias (+13,8%) e pelas exportações (+78,9%)", explicou o INE.
Do lado da oferta, o Valor Acrescentado Bruto (VAB, riqueza que se acrescenta a determinado produto) a preços de base "apresentou uma evolução homóloga positiva de 12,4%", destacando-se o comércio, transporte e armazenagem, alojamento e restauração.
Os impostos líquidos de subsídios apresentaram uma evolução homóloga positiva de 39,1%, acrescentou.
Depois do impulso pós-covid-19, o crescimento da economia abrandou: o INE estima que a economia cabo-verdiana se tenha expandido em 5,1% durante 2023 (dados preliminares), refletindo o desempenho do setor do turismo, concentrado em duas das nove ilhas do arquipélago (Sal e Boa Vista).
No primeiro trimestre deste ano, o INE estima que tenha havido um incremento homólogo de 10,2%, graças a novo empurrão do turismo, levando a taxa de crescimento trimestral para lá das estimativas de fecho de ano, que rondam os 5%.
Cabo Verde é um estado insular com cerca de 500 mil residentes nas ilhas, mais 1,5 milhões na diáspora (responsáveis por importantes remessas para a economia local) e um PIB a rondar os 2,2 mil milhões euros -- cerca de metade do PIB da região autónoma dos Açores, por exemplo.
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