Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, recorda que desde a última revisão da Fitch, em setembro, "a S&P já reviu em alta a notação do país para A, e a DBRS fez o mesmo ao elevar a classificação para A (high)".

"A economia portuguesa continua a apresentar indicadores sólidos, com sucessivos excedentes orçamentais, a redução do rácio da dívida pública face ao PIB nominal, e um crescimento sustentado pelo turismo, aumento do emprego e investimento estrangeiro", nota, acrescentando que "a reação dos mercados à crise política tem sido limitada".

O economista considera então que a Fitch deverá subir o 'rating' da dívida soberana para 'A', enquanto o 'outlook', que atualmente é positivo, poderá manter-se ou recuar para estável, caso se verifique a melhoria da classificação.

Henrique Tomé, analista da Xtb, também aponta à Lusa que as agências têm atribuído classificações mais favoráveis à dívida do país e que os mercados de capitais não têm demonstrado qualquer preocupação com a crise política que se vive em Portugal.

Ainda assim, destaca que "o quadro europeu se agravou significativamente nestes últimos dias derivado do pacote de estímulos apresentado pelo Conselho Europeu no que toca ao armamento e infraestrutura europeia", levando as 'yields' das obrigações dos países membros a disparar em flecha.

O analista da Xtb tem então expectativas de que a Fitch suba o rating, "ainda que dadas as recentes condicionantes, poderá também manter o mesmo".

Com perspetivas otimistas está também o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que numa intervenção na quarta-feira destacou a subida do 'rating' de Portugal pela DBRS em janeiro e pela Standard & Poor's em fevereiro.

"Claramente, as agências de 'rating' olham hoje para Portugal como um país seguro, estável e confiável", registou, admitindo que também a Fitch poderá "seguir as outras duas agências e também subir" a classificação portuguesa.

O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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