"O impacto principal é a criação de empregos qualificados e bem remunerados para os jovens e mulheres em todas as ilhas de Cabo Verde - e através do emprego e do rendimento abraçarmos a nossa estratégia de promoção de inclusão social", referiu o governante com a tutela das Finanças e Economia. 

Para que tal aconteça, será necessário "investir muito do lado do setor público para facilitar o investimento privado", acrescentou.

"O Estado tem de captar investimentos privados em todos os setores que são relevantes, além do turismo", setor que é "o motor" da economia, mas Olavo Correia apontou também para "a economia azul, as indústrias criativas, o setor financeiro, farmacêutico, de saúde ou o setor social", como exemplos.

"Nós temos de procurar investidores para todos estes setores, para criar empregos e formar os jovens para que possam trabalhar por conta de outrem" ou criarem o seu negócio, através de "um ecossistema que é capaz de promover o autoemprego" graças a empresas públicas que têm apoiado cabo-verdianos desde a formação profissional até ao lançamento de empresas.

Tudo deverá servir um objetivo maior que é o de duplicar o crescimento da economia, "um desafio continental africano: não conseguiremos dar respostas no mercado de trabalho se não duplicarmos o potencial do nosso crescimento". 

Transportes, conectividade tecnológica e transição digital são algumas das apostas estratégicas do OE 2025 que ascende a 98 mil milhões de escudos (889 milhões de euros), representando um crescimento de cerca de 14% em relação ao de 2024.

Apesar de o mundo enfrentar várias crises e conflitos, O Governo cabo-verdiano espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça até 5,3% em 2025 e que a inflação ronde 1,7% no próximo ano.

Com aquele crescimento, o executivo prevê uma estabilização da taxa de desemprego em redor de 8% e mantém o plano de cumprir várias metas já anunciadas para anos seguintes: eliminar a pobreza extrema em 2026, alcançar a digitalização quase completa da administração pública até 2030 e a neutralidade carbónica da economia até 2050.

Uma meta com que Olavo Correia se compromete já em 2025 é a de levar água potável a todas as zonas do arquipélago, assim como meios de diagnóstico essenciais a todas as unidades de saúde.

Ao nível de outros indicadores divulgados hoje pelo governante, o OE 2025 é financiado a 86% pelo tesouro, aponta para uma descida do défice orçamental de 2,9% (previsão para 2024) para 1,8% e para uma redução da dívida em percentagem do PIB de 109,2% para 105,2%.

O governante referiu que o rácio rondava 140% do PIB "logo após a pandemia" de covid-19, acrescentando que "Cabo Verde tem sido o país que melhor desempenho tem tido nos últimos anos, a nível mundial, do ponto de vista da redução da dívida pública em percentagem do PIB". 

O Governo liderado pelo Movimento pela Democracia (MpD), que tem maioria no parlamento, depositou formalmente a documentação do OE 2025 na Assembleia Nacional, na terça-feira, aguardando agendamento para discussão.

O Conselho de Finanças Públicas divulgou na segunda-feira um parecer que considerou coerentes e plausíveis as previsões macroeconómicas que o sustentam.

LFO // RBF

Lusa/Fim