A CNI defendeu que o aumento da taxa "custa caro para a economia e para a população, pois significa menos investimentos e, consequentemente, menos emprego e renda", de acordo com comunicado divulgado na quarta-feira.

A organização salientou que a medida do Banco Central do Brasil (BCB) é "um remédio exagerado para controlar a inflação, com efeitos indesejados sobre a economia" e pediu uma revisão urgente.

Também na quarta-feira, o BCB tinha justificado o aumento diante de um cenário inflacionário "mais adverso", com a subida dos preços no consumidor em 4,87% em termos homólogos, acima da meta fixada para este ano (3%) pela instituição.

No entanto, a CNI sublinhou que a inflação desacelerou em novembro face ao mês anterior.

A organização considerou ainda um erro "manter o ciclo de alta" iniciado em setembro.

Esta é a terceira subida consecutiva da taxa de juro aprovada pelo banco central: em setembro a taxa subiu 0,25 pontos e em novembro mais 0,5 pontos.

A decisão surpreendeu o mercado financeiro, que esperava um aumento de 0,75 pontos percentuais, de acordo com as previsões das agências especializadas.

O BCB espera aumentos da mesma grandeza nas próximas duas reuniões, a serem realizadas em janeiro e março do próximo ano, o que deixará a taxa em 14,25%.

A instituição assinalou, em comunicado, que os desafios no ambiente externo, principalmente a atual situação económica dos Estados Unidos, exigem cautela por parte dos países emergentes.

Destacou também o cenário interno e o "dinamismo dos indicadores de atividade económica e do mercado de trabalho".

Sublinhou ainda que "a perceção dos agentes económicos em relação ao recente anúncio" do ajuste fiscal proposto pelo Governo brasileiro, em que, além de um pacote de cortes, promoveu uma isenção de impostos para os baixos rendimentos, "afetou significativamente as expectativas".

 

VQ (MIM) // EJ

Lusa/Fim