
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira uma suspensão de 90 dias daquilo a que chamou de "tarifas recíprocas", incluindo uma tarifa-base de 10% para todos os países, exceto para a China, a que impôs tarifas totais de 125%.
"De momento estamos a observar o que está a acontecer. Claro que temos que estar sempre muito atentos", admitiu Senna Fernandes.
Horas antes, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau (UM) reviram em baixa a previsão para o crescimento económico da região em 2025, para 6,8%, menos 1,1 pontos percentuais do que na anterior previsão, feita em janeiro.
O coordenador do projeto e economista Kwan Fung disse que a revisão em baixa se deve ao declínio no consumo dos visitantes e às "tarifas norte-americanas sobre o mundo", algo que "tem impacto indireto na economia de Macau".
Kwan disse que as tarifas vão "afetar o crescimento de todas as economias, especialmente o consumo dos turistas da China continental".
O investigador do Centro de Estudo de Macau Chan Chi Shing alertou que as tarifas terão um "enorme impacto na economia chinesa" e podem obrigar muitas fábricas e empresas a fechar portas, o que levaria menos pessoas a visitar a região.
A diretora da DST disse que "ainda não" teme uma redução do número de turistas em Macau, mas admitiu que "a situação pode mudar".
"Se for necessário, temos que ajustar a nossa promoção. Até ao momento, estamos a continuar com a nossa promoção, que já tínhamos planeado", explicou Senna Fernandes.
O novo líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, vai apresentar na segunda-feira as suas primeiras Linhas de Ação Governativa, para o ano de 2025.
Mas Senna Fernandes disse que no setor do turismo a prioridade vai continuar a ser "captar turistas internacionais", participando em feiras no estrangeiro e organizando atividades no território.
A diretora da DST recordou que Macau vai receber em junho a reunião semianual da Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos e, em dezembro, o congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
A APAVT está ainda a organizar uma delegação europeia, com "cerca de 20 pessoas", que irá participar na 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau (MITE, na sigla em inglês), de 25 a 27 de abril, referiu Senna Fernandes.
Portugal vai ter um espaço próprio na MITE, que irá ainda incluir, pela primeira vez, a secção "Estação do Café", para "destacar as características dos países de língua portuguesa", disse a dirigente.
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