"A verdade é que o fim do regime está muito mais próximo do que muitos imaginam. Estamos a um passo da tão desejada mudança, um passo que ainda temos de dar", afirmou, numa mensagem em áudio divulgada nas redes sociais.
Na mesma mensagem, Maria Corina Machado instou os venezuelanos a estarem "atentos, a escutarem os sinais e a prepararem os corações, mentes e corpos para fazer o que tem que ser feito, no momento certo".
"Falta muito pouco por fazer, agora", sublinhou.
A líder opositora começa a mensagem afirmando que os venezuelanos estão "a aproximar-se cada vez mais do novo tempo", cuja "chegada há muito foi anunciada", sublinhando que, apesar de muitos dizerem que seria impossível, as primárias opositoras de 22 de outubro de 2023 realizaram-se.
"Também nos repetiram mil vezes que era impossível chegar à eleição presidencial [de 28 de julho de 2024], que era impossível derrotar a [Nicolás] Maduro e mais impossível ainda demonstrar a nossa vitória. Tudo, tudo fizemos e arrasámos, e o 'chavismo' colapsou. Voltamos a triunfar e o caminho para o novo tempo não se deteve", declarou.
Segundo Maria Corina Machado, "o regime reagiu da única maneira que pode e sabe fazer, que é através da violência", mas "o que isso reafirmou foi a vontade de mudança" dos venezuelanos e "isolou Maduro dentro e fora do país".
"Vejam o que aconteceu nestes dias, na Organização de Estados Americanos, nas Nações Unidas, no Tribunal Penal Internacional. Maduro está totalmente encurralado. No entanto, parece que ainda há alguns homens de pouca fé que acreditam que podem convencer os venezuelanos de que somos um povo derrotado, um povo que deve contentar-se com a humilhação, com a indignidade, com os restos deixados pela festa dos corruptos", afirmou.
A opositora insistiu que nunca se esteve "tão perto do triunfo final e que nada é impossível para quem põe o coração, a mente e a vontade no objetivo proposto".
"Vejam o que acaba de acontecer na Síria, onde durante décadas se impôs um regime de força que aterrorizou o povo, um regime militarista que colocou milhares de prisioneiros políticos em masmorras e os maltratou sem piedade, um regime que lucrou com o tráfico de droga, que sobreviveu a uma guerra civil que durou mais de uma década e onde parecia que nem uma folha se movia sem o consentimento do tirano", acrescentou.
E, no entanto, frisou, "em questão de dias, esse regime desmoronou-se porque estava oco por dentro, isolado internacionalmente. Os seus parceiros, a Rússia e o Irão, estão em profunda crise, precisamente os que viriam auxiliar [Nicolás] Maduro. Por causa da sua economia disfuncional, caiu e porque muitas coisas estavam a acontecer por debaixo da mesa sem que ninguém se apercebesse, mas sobretudo porque a grande maioria da população não o queria".
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória ao Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que Edmundo González Urrutia (atualmente exilado em Espanha) obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio desagregadas por assembleia de voto.
O próximo Presidente da Venezuela tomará posse a 10 de janeiro de 2025 para um período de seis anos.
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