De acordo com a organização, a melhora nas expectativas sobre o desempenho da economia brasileira é resultado da criação persistente de empregos e o forte crescimento salarial no país, que deverão impulsionar o consumo das famílias até 2025.
A previsão aproxima-se da projeção de crescimento de 3,3 % do Governo brasileiro, que poderá ser revista para cima depois dos dados oficiais mostrarem que a economia do país cresceu 0,9 % no terceiro trimestre do ano.
A OCDE alertou, contudo, que "após um forte aumento em 2024, o investimento diminuirá progressivamente ao longo de 2025 e 2026, à medida que a demanda externa enfraquece".
Assim, a organização projetou um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025, fixado agora em 2,3%, abaixo da projeção anterior de 2,6%. Para 2026, a previsão é de que a economia do país sul-americano registe um crescimento de 1,9%.
A organização também referiu que a política fiscal expansionista do Governo brasileiro tornará desafiador atingir a meta de défice primário de no máximo 0,6% do PIB em 2024 e 2025, o que pode ter reflexos na atividade económica.
Já a inflação no Brasil, de acordo com o mesmo relatório, deverá ser de 4,5% em 2024, antes de diminuir novamente para 4,2% em 2025 e 3,6% em 2026.
"Aumentos na inflação são concebíveis durante o período de projeção, incluindo choques climáticos que afetam os preços de alimentos e bebidas e fatores externos que impactam os preços de energia", destacou a OCDE no relatório.
"Os riscos de inflação estão inclinados para cima. A inflação de serviços pode mostrar-se mais persistente do que o esperado, dado o forte crescimento, e a depreciação da moeda pode ter efeitos mais fortes sobre a inflação", acrescentou.
Além disso, a organização frisou que expectativas de inflação não ancoradas tendem a atrasar reduções na taxa de juros no Brasil, afetando o crescimento da economia local, assim como a incerteza política sobre a política fiscal adotada pelo Governo, o que pode conter o investimento e a confiança no país.
Nesse ponto, a OCDE estima que o Banco Central brasileiro manterá os aumentos da taxa básica de juros até atingir 11,75% ao ano no primeiro semestre de 2025, e só deverá começar a cortar os juros no final do próximo ano.
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