Agostinho Dju realçou que os armadores asiáticos são quem captura o tubarão, do qual retiram as barbatanas, e de seguida deitam ao mar a carcaça que, por sua vez, é aproveitada pelos pescadores artesanais do Senegal, da Guiné-Conacri e do Gana.
Estes, em pequenas pirogas a motor, trazem-nas para terra onde as fumam para venda nos "lumu" (mercado tradicional) no Senegal e no Gana, explicou Agostinho Dju.
Uma prática "que alguns cidadãos nacionais também estão a copiar, embora seja proibida por lei", observou Agostinho Dju, que pede o reforço da vigilância e sensibilização.
O presidente da associação dos pescadores artesanais da Guiné-Bissau diz que a prática de captura e venda da carne de tubarão tem vindo a diminuir nos últimos anos, mas observou que alguns pescadores "ainda tentam ludibriar a lei".
"Alguns guineenses também se aventuram no negócio da carne do tubarão, pode até ser tubarão juvenil, mas temos estado a sensibilizar sobre a existência da lei que proíbe a captura" com vista à preservação da espécie.
Agostinho Dju afirma também que outros acabam por pescar o tubarão sem querer, pelo que pede a revisão da lei que criminaliza a prática.
"O legislador devia ter em conta que a rede (no mar) não tem olhos, pode capturar, sem querer, espécies proibidas".
A lei devia ter em atenção "se a captura surge no âmbito de pesca dirigida ou para uma espécie determinada", precisou Dju.
Por exemplo, quem tiver uma rede de malhas acima de dois metros é porque quer apanhar tubarão, defende Agostinho Dju, pedindo "vigilância e rigor da lei" contra esses pescadores.
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