
Os acionistas do grupo automóvel Stellantis, votam hoje, em assembleia-geral, as contas anuais de 2024, bem como os dividendos e as remunerações dos órgãos sociais, incluindo o controverso pacote pelo afastamento do ex-CEO, Carlos Tavares.
A Stellantis, que agrupa 14 marcas na Europa e na América, como Fiat, Citroen, Peugeot, Opel, Chrysler e Jeep, obteve lucros de 5.520 milhões de euros em 2024, que comparam com 18.625 milhões de euros no ano anterior.
Os resultados abaixo do esperado ao longo do ano culminaram com a saída de Carlos Tavares do cargo de presidente executivo (CEO) do grupo, em choque com os acionistas.
O relatório sobre a remuneração referente a 2024 estima o pagamento de um pacote salarial de 23,1 milhões de euros ao gestor português, algo que tem sido criticado por alguns acionistas.
Apesar de abaixo do recebido no referente aos exercícios de 2023 (36,5 milhões de euros) e 2022 (23,5 milhões de euros), a AllianzGI já disse que irá votar contra o relatório nesta assembleia-geral anual.
Em comunicado divulgado na semana passada, a AllianzGI regista que a remuneração de Carlos Tavares "gerou uma notável oposição desde a fusão da Fiat Chrysler e da PSA, com 44% de votos contra em 2021, 52% em 2022, 48% em 2023 e 30% em 2024".
"O pacote salarial de 23,1 milhões de euros para o antigo CEO, proposto no relatório sobre as remunerações, parece desproporcionado, sobretudo tendo em conta os resultados operacionais inferiores ao esperado e as circunstâncias que rodearam a demissão forçada do CEO", reitera a gestora.
Desde a saída de Carlos Tavares, em 01 de dezembro, que a Stellantis não tem CEO, embora o processo de seleção esteja "bem encaminhado" e deva estar concluído ainda no primeiro semestre deste ano.
Durante a assembleia-geral de hoje serão ainda votados sete novos diretores não-executivos para a Stellantis, algo que também já foi contestado pela acionista
A AllianzGI vai votar contra as nomeações de Fiona Clare Cicconi e Benoit Ribadeau-Dumas como diretores não executivos, "pelo facto de ambos serem membros do Comité de Remuneração".
A gestora considera que a atuação e a supervisão do Comité de Remuneração continuam a ser motivo de preocupação.