Xi planeia abordar com o homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, formas de "melhorar ainda mais as relações entre a China e o Brasil, para promover complementaridades entre as estratégias de desenvolvimento dos dois países e questões internacionais e regionais de interesse comum", informou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
"A visita vai reforçar ainda mais a confiança mútua estratégica entre os dois países e aprofundar os intercâmbios e a cooperação em vários domínios", disse Xi, citado pela agência.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, absorvendo 30% do total das exportações brasileiras. Semicondutores, telemóveis e medicamentos são os principais produtos chineses exportados para o país sul-americano.
Desde que regressou ao poder em 2023, Lula da Silva tem-se empenhado num delicado ato de equilíbrio, procurando aprofundar os seus laços com a China ao mesmo tempo que melhora as relações com os Estados Unidos.
Brasil e China estão a tentar mediar o conflito na Ucrânia, mas recusam-se a condenar a Rússia pela invasão.
Uma visita do vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin a Pequim, no início deste ano, abordou a possível adesão pelo Brasil à Uma Faixa, Uma Rota, o enorme projeto internacional de infraestruturas lançado por Pequim.
Vários países da América do Sul, incluindo o Peru, já aderiram à iniciativa, que tem sido um pilar da estratégia de Xi para aumentar a influência do país além-fronteiras desde 2013.
No Peru, Xi inaugurou o porto de Chancay, a norte de Lima, na semana passada. Com um custo de construção estimado em 3,5 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros), a obra visa servir como centro logístico fundamental na região e um ponto de ligação crucial entre a América do Sul e o Indo-Pacífico.
A infraestrutura é de especial interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao oceano Pacífico.
O projeto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo de Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay.
Em 2023, as exportações do Brasil para a China superaram os 104 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros), o maior valor de sempre vendido pelo Brasil para um só país.
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